sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Wythe Candy & Gourmet Shop


Seria contraditório dizer que estou no paraíso, tentando não sucumbir à tentação? Não sei! O que eu sei é que me sinto exatamente assim quando vou à Wythe Candy & Gourmet Shop, um verdadeiro paraíso para os viciados em doces. A loja, que funciona há 50 anos no mesmo local da Colonial Williamsburg’s Merchants Square, comercializa, dentre outras guloseimas, chocolates, balas, jujubas, maçãs caramelizadas, bombons, fudges e cupcakes.
Hoje, os chocolates, que antes eram produzidos no porão da loja, chegam do mundo inteiro: Lindt da Suíça, Guylian da Bélgica, Valrhona da França, Perugina da Itália, Niederreger da Alemanha e, lógico, de fabricantes norte-americanos, a exemplo da Ghirardelli, que eu adoro. Além das opções clássicas, com amendoins e amêndoas, oferecem misturas inusitadas, como a trufa de chocolate ao leite, caramelo e sal.




O destaque da loja fica bem ao lado da porta principal, numa pequena área onde funcionários imergem maçãs, morangos e pretzels em chocolates e caramelos derretidos, preparando guloseimas de devorar com os olhos de tão bonitas e apetitosas.




Não sei se isso acontecia ou ainda acontece com vocês, mas, até hoje, quando como jujubas ou delicados, eu penso: “bem que poderiam vender saquinhos só com as rosinhas!”. Na Wythe, eles vendem jelly belly e M&M’s a granel e, o melhor, é você quem se serve com os sabores, cores e quantidade que quiser. No meu saco, caíram, obviamente, os sabores: bubble gum, cotton candy, very cherry, strawberry daiquiri e strawberry cheesecake. O Daniel, que escolheu piña colada, toasted marshmallow, watermelon, butterer popcorn e lemon drop, pela primeira vez, acabou gostando mais do que eu selecionei.





De exótico, comprei uma espiga de milho que, na verdade, é pipoca de micro-ondas. Ainda não fiz, mas estou curiosa para ver o resultado e sentir o sabor.



Cidades pequenas e fora do circuito Miami - Orlando - Nova York - Las Vegas - Los Angeles, acabam nos surpreendendo com lojas fantásticas como essa, que nos remetem a nossa infância e proporcionam doces momentos de prazer. Super recomendo!



quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ASTOR BAR: ideal para petiscar e bebericar com os amigos!



Quando vamos encontrar com pessoas queridas, que não vemos há um certo tempo, o normal é querermos que este encontro se prolongue. Por isso, combinei com minhas amigas maceioenses (pelo visto, Maceió já invadiu São Paulo!), Cacau e Vivi, de irmos a um barzinho na Vila Madalena. Assim, conseguiríamos petiscar, bebericar e, principalmente, colocar o papo em dia. O escolhido foi o Astor Bar, que, como afirmou o meu maridinho, tem um ar de boteco retrô.
As colunas, no meio da salão, são revestidas de azulejos, provavelmente conservados da construção original. Centralizados nestas colunas, encontramos espelhos, onde estão impressos os nomes de algumas das guloseimas ofertadas no cardápio da casa. Nos quatro cantos superiores de cada coluna, estão fixadas lâmpadas compridas fluorescentes amarelas, que eu achei meio breguinhas e destoantes do resto da decoração. Nas paredes, quadros e pôsteres variados, uns bem coloridos e outros em preto e branco, compondo a ambientação do bar, que parece querer conservar um ar nostálgico.
Quando eu e o Daniel chegamos, o estabelecimento estava com poucas mesas ocupadas. Pedimos uma porção de pastéis, uma cerveja leffe e um drink batizado de "Ginger Lemonade", que rapidamente foram trazidos pelo garçom. A agilidade no atendimento chamou a nossa atenção e, mesmo com o salão cheio, a qualidade do serviço se manteve constante. Nota 10 para a equipe inteira (garçons e pessoal da cozinha e do bar), que demonstrou trabalhar em perfeita harmonia.
A minha "limonada" (R$ 24,00), uma mistura de gim, suco de limão siciliano, espumante e xarope de gengibre, era grande e bastante refrescante. Mas, eu dou um conselho, só peça se gostar muito de gengibre, pois esse é o sabor prevalece.


Na porção que pedimos de entrada, 6 unidades de pasteizinhos com os seguintes recheios: queijo (em abundância!), carne (com um tempero bem suave) e camarão (um creme bem gostoso, que me surpreendeu, pois, apesar de ter uma quedinha por este crustáceo, não o curto muito no recheio de pastéis ou tortas). 


Quando olhei o menu, quis pedir as trouxinhas de rosbife e gorgonzola de aperitivo, mas o Daniel preferiu os pasteizinhos e, como pastéis fresquinhos, sequinhos e quentinhos são meu petisquinho de bar/boteco preferido, o voto do meu marido prevaleceu. 
Todavia, como a Cacau pediu uma porção, pude provar a iguaria, que, no final, não me agradou tanto. Eu achei que seria uma massa frita, no formato de trouxinha, com recheio de rosbife e gorgonzola; mas era o rosbife recheado com muito (muitooo) gorgonzola, o que deixou o sabor bem forte. Na minha opinião, poderia ter nozes na pasta ou, então, menos recheio. Outro agravante: a trouxinha era grande e ficamos sem saber como comer (deveríamos enfiar toda na boca ou morder?). Enfim, é um tira-gosto que nunca mais pedirei. Mas... para não parecer injusta, vou ressaltar que estava com um aspecto bem apresentável, num prato montado com azeitonas pretas, rodelas de cebola e tomate, e finalizado com vinagre balsâmico e cebolinha picada.


Na segunda rodada de entradinhas, quando todos já tinham chegado, optei por um caldinho de feijão, que foi servido com os acompanhamentos à parte. Em mini bowls, trouxeram cebolinhas picadas e carne seca. Ao invés de carne seca, que, para nós nordestinos, se chama charque (by the way... apesar de nordestina, não sou fã! Prefiro carne de sol!), poderiam ter trazido bacon bits, que combinaria melhor com o caldinho. Este, por sua vez, estava meio ralo. Para mim, tem que ser caldinho só no nome, porque a consistência tem que ser espessa como a de um creme.       


A essa altura, por incrível que pareça (já que não bebo muito!), o meu gigante drink já tinha acabado e acabei optando por um Apple Martini (vodca, licor de maçã verde e purê de maçã verde). É isso mesmo, dessa vez eu não quis uma coca zero! Afinal, um dos motivos de quer ir ao Astor foi a sua oferta de coquetéis. Meu Martini estava com um delicioso sabor de maçã verde, gostinho que remete à minha infância.

   
Apesar de enxuto, o cardápio apresenta boas opções de sanduíches e carnes.
Depois de tantos petisquinhos, convenci o Daniel a dividir comigo o Filé ao Rio Antigo, prato composto de medalhão de file acebolado, acompanhado de arroz, farofa de ovo (hummm!) e feijão preto. A cebola estava salgada, mas, ainda assim, eu digo que a nossa escolha foi simples, mas deliciosa.


Da próxima vez, quero conhecer o Sub-Astor, que fica no subsolo e tem uma invejável carta de coquetéis. Quem quer me acompanhar?   


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MORI SUSHI – Unidade Moema




Há muitos meses, talvez até 1 ou 2 anos, minha amiga Luli me levou para conhecer o restaurante japonês Mori Sushi (da Consolação). Lembro-me que gostei muito do rodízio, pois tinha opções variadas e criativas de sushis, mas, em razão do tempo que se passou, já não sou capaz de precisar exatamente o que foi que comemos na ocasião.
Combinando de ir a um japonês com outra amiga, a Simone, esta sugeriu que fossemos em algum restaurante localizado em Moema, já que ficaria no meio do caminho entre as nossas casas. Foi aí que eu me lembrei que, no dia que em que fui conhecer a sorveteria Cold Stone Creamery, passei por uma unidade do Mori Sushi, instalada na Rua Gaivota. Batemos o martelo e decidimos que jantaríamos lá no sábado passado.
Uns segundinhos antes das 19:00 (horário de abertura dos portões... isso aqui tá parecendo edital de concurso público... rsrsrs), eu e o Daniel já estávamos na porta. Fomos os primeiros a chegar e, por isso, pudemos escolher em que mesa queríamos nos sentar. O garçom trouxe o cardápio e, após escolher o meu drink, pulei para analisar as opções de rodízio. Eu acho que, num restaurante japonês que oferece festival de sushi, só pede à la carte quem não curte a culinária oriental e foi acompanhando outra pessoa que gosta. Concordam?
Havia 3 opções de "degustação":
(1)  RODÍZIO MORI (R$ 68,00): variedades de sushis do chef, saladinha marinada e sashimis, gyosa, tempurá, shimeji, peixe grelhado e temakis;
(2)  FESTIVAL MORI BALCÃO (servido no balcão ou na mesa, custando R$ 74,00): variedades de sushis ESPECIAIS do chef, saladinha marinada e sashimis, gyosa, tempurá, shimeji, peixe grelhado e temakis;
(3)  FESTIVAL MORI SEM ARROZ (R$ 84,00). Esse não tinha descrição. Parece óbvio para vocês?!?! Para mim, não pareceu! Afinal, tirando o sashimi, todas as outras opções de sushis levam arroz, seja niguiri, uramaki ou hossomaki. Perguntei ao garçom a diferença entre esse festival e o anterior, ele não conseguiu explicar direito, mas eu concluí o óbvio (não tão óbvio): são opções de sushis sem arroz. Como eu não escolhi esse rodízio, nunca (ou pelo menos por enquanto) irei saber do que se tratava, mas imagino que oferecessem variedades de joys (sushi que, ao invés da alga, é enrolado por uma fatia de peixes cru, geralmente salmão) sem arroz no recheio.             
Escolhemos o "número 2".
Acredito que, como a maioria dos brasileiros, fui introduzida à culinária japonesa através das opções fritas, ou seja, os hot rolls. Entretanto, hoje, meus sushis favoritos são o joy e o sashimi, ambos de salmão. Como tranquilinha os uramakis (enrolados de alga com arroz por fora ou, como alguns preferem explicar, sushi enrolado ao contrário); acho o niguiri (bolinho de arroz com fatias de peixe cru em cima) um verdadeiro desperdício de arroz (acabo tirando o bolinho e comendo apenas a fatia de salmão cru); e não suporto temaki (enrolado de alga, arroz, peixe cru, maionese e cream cheese em formato de de cone) e hossomaki (sushi com a alga enrolada por fora), pois a alga me proporciona ânsia de vômito.
Meu paladar é bem seletivo! Tratando-se da cozinha nipônica, eu quero salmão! Sempre salmão! Não me sirvam atum nem peixe branco; muito menos, niguiri com escama de peixe frita.
Aprovei e recomendo o festival do Mori Sushi, que, além de ser bem farto, oferece diversas opções cruas e cozidas. Para começar: gyozá, camarão empanado servido com molho tarê, shimeji na chapa e salada de salmão marinada. Embora tivessem, ninguém na nossa mesa quis provar o missoshiru (sopa com tofu) nem os temakis. O tempurá de legumes estava bem sequinho, mas achei que o molho que o acampanha sem gosto, por isso, acabei usando o shoyu.


O Chef prepara, além dos sushis tradicionais, versões especiais, como o salmão flambado e o sashimi de salmão com crosta de gergelim. Para mim, este último foi o "hors concours" da noite! Simplesmente F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O! Há,  também, sushis que levam fruta (maçã, morango e carambola) na sua composição. O resultado é surpreendente!




Para encerar, uma bola de sorvete Häagen-Dazs. Eu nem tinha mais espaço para a sobremesa, mas acabei abrindo uma exceção para apreciar uma bolinha de sorvete de macadâmia, que eu adoro.
Vou frisar que, apesar de farto, o rodízio não é completo. Senti falta da saladinha de pepino adocicada (sunomono), que sempre dá início aos festivais de sushi, e do rolinho primavera (ainda que não fosse a versão tradicional de carne com legumes, podiam oferecer o rolinho de queijo).
Fiquei bastante satisfeita com a "carta" de coquetéis, que, além de caipiroskas e sakerinhas, oferecia "frozen drinks" (a minha verdadeira paixão quando o assunto é bebida alcóolica), preparados com xaropes ou frutas. Tomei 2 de maçã verde, que, sinceramente, mais parecia uma raspadinha do que um coquetel. Como eu também sou louca por uma raspadinha, não me incomodei com a ausência de álcool.



O atendimento foi atencioso, ainda que tenha se tornado um pouco moroso no momento em que a casa lotou.
A única coisa que achei ruim foi que o garçom levou todos os pratos quase que simultaneamente para nossa mesa, o que fez com que comêssemos relativamente rápido, não aproveitando devidamente o rodízio e nem tendo a oportunidade de ficar mais tempo na companhia dos amigos, colocando os assuntos em dia. No fim, deu a impressão de que queriam que comêssemos logo para liberar a mesa e a fazer a economia do restaurante girar. Afinal, tempo é dinheiro!
            

domingo, 19 de janeiro de 2014

CANDELA: comer & beber à luz de velas!

Minha amiga maceioense, Clae, comunicou-me, através do WhatsApp, que estaria aqui em São Paulo no dia do seu aniversário, sexta-feira, 17 de janeiro, e queria sugestões do que fazer. Eu falei: "Vamos no Mozza, um barzinho que fica na Oscar Freire e eu estou louca para conhecer". Conversa vai, conversa vem, ela acabou escolhendo o Candela, um restaurante que eu não conhecia nem tinha ouvi falar. Fomos lá!
Candela, em latim, significa vela. E esse objeto é bem explorado na decoração do lugar, que é belíssimo. É um desses lugares que te fazem pensar: "esse é o tipo de ambiente que me faz ter vontade de sair de casa, numa sexta-feira à noite, após uma longa semana de trabalho!". As paredes laterais, revestidas com tijolos aparentes, têm espaços estrategicamente sem 2 ou mais tijolos, formando nichos onde são colocadas velas acesas para compor a decoração e a iluminação, toda à luz de velas, exceto por alguns spots no teto, que emitem uma luz bem fraca. A ambientação é bem intimista e sedutora.


Há vigas de madeira no teto e vários espelhos, com belas e trabalhadas molduras, espalhados pelas paredes laterais. Mas o destaque da casa fica com o bar, localizado no fundo do salão e perfeitamente iluminando.



A carta de coquetéis oferece opções clássicas, como Cosmopolitan, Dry Martini, Negroni e Blood Mary, e drinks exclusivos, caso da Caipiroska Candela (vodka Ciroc, uva, limão e mel), apreciada por mim.



De entrada, eu e o Daniel escolhemos a porção de "rolinho de queijo de cabra e molho doce". A massa estava bem crocante, mas nem o recheio nem o molho me agradaram. O queijo de cabra não derrete absolutamente nada, ficando com uma consistência pastosa muito intensa, e o molho doce, que eu pensei que seria um reestudo do agridoce chinês, na verdade, era uma geleia de frutas vermelhas, cujo doce passou lá longe. Assim, a perfeita combinação do doce com o salgado ficou bastante prejudicada.



Minhas amigas pediram: "mini canapés de steak tartare" e "bruschetta de queijo brie com tomate e rúcula". A primeira estava gostosa, embora o gosto da mostarda estivesse forte para o meu paladar e a apresentação fosse amadora; achei a segunda seca. Na minha opinião, o queijo brie precisa ser complementado com patês, geleias ou frutas, para deixar a bruschetta um pouquinho úmida. Resumindo: as entradinhas não convenceram!



No hora do jantar, pedi o "Ravioli di Candela" (massa fresca recheada de camarão ao molho de limão siciliano). Esse, sim, foi uma boa pedida! Delicioso! Recheado com camarões médios inteiros e coberto com um suave molho al limone.


No menu de sobremesas, não encontrei novidades (cheesecake, pannacotta, crème brûlée, creme de papaia, petit gateau e frutas da estação). Escolhi o crème brûlée, que vem acompanhado de nutella. O creme e a crosta de açúcar maçaricado estavam como têm que ser, entretanto, achei excessiva a quantidade de nutella. Talvez essa impressão tenha como origem o fato de que eu adoro crème brûlée e não sou muito fã de nutella, ou seja, por mim, essa nutella, numa das minhas sobremesas prediletas, foi despropositada. Mas entendo que a intenção da Chef foi oferecer uma opção diferente da iguaria francesa.
      

Eu confesso que, sabendo que o super Chef Erick Jacquin é consultor culinário do estabelecimento, esperava mais. 
Com relação ao atendimento, aconselho aos que querem apenas jantar, chegarem cedo, quando a casa ainda está meio vazia. A partir das 23:00, o pessoal que frequenta a balada localizada nos fundos do restaurante, mas com entrada exclusiva, começa a chegar, preenchendo completamente as mesas do salão, o que deixa o atendimento bem complicado. Os garçons circulavam freneticamente e era praticamente impossível conseguir chamar a atenção deles.
Outra coisa que chamou a minha atenção, foi alguns errinhos de grafia no cardápio. Eu sei que errar é humano e eu erro pra caramba, mas o cardápio não é nenhuma Bíblia, que não consiga ser revisado antes de ir para impressão. Crème brûlée, estava escrito "creme brulée"; mojito, "mojio"; e cheesecake, "cheese cake". Como eu falei anteriormente, são pequenos erros, mas, num restaurante desse nível, espero que esteja tudo impecável.    

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

As microcervejarias da NELSON 151

            A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no mundo e seu 2º maior produtor é os Estados Unidos, que perde apenas para China. E este posto ocupado pelo país norte-americano se deve, em muito, ao surgimento de várias microcervejarias espalhadas pelo seu território, responsáveis pela produção de cervejas artesanais, com aromas e sabores diferenciados.
O povo americano, extremamente patriota, tem consumido quase que exclusivamente cervejas nacionais. E nós, na nossa viagem de fim de ano, tentados a descobrir mais esta especialidade americana, aproveitamos para conhecer as três microcervejarias localizados na Rota 151 (Nelson 151): Blue Mountain Brewery, Devils Backbone Brewing Company e Wild Wolf Brewing Company.
Primeiramente, antes de começar a descrever nossas experiências gastronômicas e etílicas, preciso fazer duas observações:
1ª) fomos apenas almoçar ou jantar nos restaurantes das cervejarias e conhecer e provar suas criações líquidas, não participamos de nenhum tour, nem tomamos conhecimento do processo de fabricação;
2ª) como dito no post anterior, não bebo e não aprecio cerveja, embora meu querido marido se esforce arduamente para mudar esta realidade. Portanto, quando for falar das cervejas, utilizarei as impressões do meu cônjuge, Daniel, que entende mais dessa bebida do que eu de comida, pois, além de estudar constantemente, já fez cursos de degustação e fabricação caseira, bem como já bebeu 1.028 cervejas diferentes (todas devidamente catalogadas, frise-se!).
Esclarecimentos iniciais prestados! Passemos as análises…

I.     BLUE MOUNTAIN BREWERY


Fomos almoçar nesta microcervejaria no dia 24 de dezembro e a casa nos recebeu com uma decoração natalina na tonalidade azul, como não poderia deixar de ser.


Com um grupo de 13 pessoas e o restaurante sem aceitar reservas, chegamos cedo para conseguir lugar sem ter que esperar. Acabamos sendo acomodados em duas mesas fixas que ficavam uma ao lado da outra.
O cardápio é bem jovial, oferecendo várias opções de entradas, saladas, sanduíches e pizzas. Para começar, pedimos duas porções de "BMB Nachos" (tortillas chips caseiras servidas com queijo temperado com cerveja e pimenta, feijão preto, milho, salsa e jalapeños, finalizadas com sour cream) e de "Spinach-Artichoke Dip" (creme composto de alcachofra picada, espinafre em tirinhas, queijo, alho, sour cream e tomate seco, gratinado com mussarela e parmesão, servido com tortillas chips caseiras).
Olhando para os nachos, vocês podem se perguntar: que gororoba é essa? Trata-se de um prato tipicamente mexicano e, por incrível que parece, os sabores acabam se harmonizando. E o "doritos" chuchado (como diz o meu maridinho) no dip de alcachofra com espinafre fica bem gostoso. Só tenho uma observação a fazer: o dip poderia ser menos consistente. É impressionante como a tortilla de milho neutra harmoniza com vários sabores, sendo os mais comuns chilli com carne e dip de cheddar.



Nos EUA, é uma questão de segundos para sairmos da linha, pois a variedade de guloseimas é incrível. Já tendo exagerado nas entradas, não quis pedir sanduíche de prato principal. Optei por uma tradicional salada caeser (que é uma das minhas preferidas) acompanhada de tirinhas de frango grelhado.            


Nos restaurantes e bares que funcionam em conjunto com fábricas de cerveja, é bem comum encontrarmos nos cardápios o que os americanos chamam de "sampler flight", que nada mais é do que uma degustação de todas ou algumas cervejas produzidas no local. No caso da Blue Mountain Brewery, o menu apresentava apenas uma opção de sampler flight, que custava $ 9,00 (nove dólares) e continha amostras (copinhos de 75 ml) das 10 criações da marca: Blue Mountain Kolsch 151, Blue Mountain English Pale Mild Ale, Blue Mountain Full Nelson Pale Ale, Blue Mountain Evan Almighty, Blue Mountain Riprap Pale, Blue Mountain Cheer Beer, Blue Mountain Lights Out, Blue Mountain MacHayden’s Wee Heavy Scotch Ale, Blue Mountain Marsedon e Blue Mountain Foreign Stout.



O Daniel, que gosta bastante do estilo American Pale Ale, adorou a versão Blue Mountain Full Nelson Pale Ale, que é o carro chefe da marca. Meu primo, que toma cerveja como um brasileiro comum, ou seja, gosta do estilo Standard American Lager, erroneamente chamado de Pilsen no Brasil, preferiu a Blue Mountain Kolsch 151.           

II.    DEVILS BACKBONE BREWING COMPANY



Saindo de Wintergreen em direção à Rota 151, a primeira microcrevejaria que avistamos é a Devils Backbone. Talvez esse seja um dos motivos dela ser a mais concorrida das 3, mas eu arriscaria dizer que o motivo principal é o seu cardápio, que vai muito além dos appetizers e sanduíches.
Espaçosa e toda decorada com animais empalhados, nas mais diversas posições. É possível ver ursos pretos (lindos!), renas e veados dispostos pelo enorme salão.


De entrada, pedimos, mais uma vez, nachos (tortillas cobertas com pimenta moída, feijão preto, queijo picante e pico de gallo) e "backbone wings" (asinhas de frango com ervas e molho barbecue).


Se você já visitou os Estados Unidos, deve ter percebido que as porções servidas em restaurantes, de um modo geral, são bem grandes. O que é bem legal para quem come muito e meio constrangedor para quem, como eu, se satisfaz com pouco.
Na hora de escolher o prato principal, eu e minha mãe resolvemos dividir. Até bem pouco tempo atrás, eu notava que os americanos não gostavam dessa história de repartir, mas, dessa vez, não percebi aborrecimento nenhum. Talvez estejam mudando um pouco seus hábitos alimentares. O que, além de necessário, é muito saudável!
Escolhemos uma salada, composta de alface americana (e a "pergunta cretina" sempre era: será que eles também chamam de alface AMERICANA?), pepino, bacon bits, tomate levemente assado, cebola vermelha, molho de ervas e farofa de blue cheese. Pedimos, ainda, meio frango temperado com alho, páprica e alecrim, assado com glacé de bacon-honey mustard (deliciosa!) e acompanhada de couve-de-bruxelas e pão de milho doce, feito com batata. Esse pãozinho tinha consistência de bolo e, por incrível que pareça, harmonizou com a galinha, revelando-se uma guarnição perfeita.   



Chega até a ser irônico deixar para falar das bebidas por último, após narrar toda a refeição, pois, nos EUA, os garçons anotam primeiro o pedido das bebidas e depois voltam para anotar todo o resto. Em um caso ou outro, com um pouco de insistência de nós, os clientes, e simpatia do garçom, conseguíamos pedir bebidas e entradas simultaneamente. Como estávamos num grupo grande, foi fácil notar esse fato, algo que, até então, nunca tinha percebido.
 

Para bebericar, escolhi uma marguerita chamada de "Blood Orange" (numa tradução literal: laranja de sangue), o drink resultava de uma mistura de tequila, uma espécie de laranja com cor de sangue, limão e um xarope que não sei ao certo de que era (sage syrup... seria xarope de sálvia?). Coquetel refrescante e saboroso. Com certeza, pediria bis (se não fosse tão fraca!).
A Devils Backbone Brewing Company produz 12 cervejas, servidas na forma de chopp no brewpub. Não há opção única de degustação! Para provar todas, é possível pedir um copo de cada uma (lógico!) ou 3 sampler flight com amostras de 4 cervejas cada um. Apesar de ter pedido apenas 2 degustações, o Daniel acabou provando as 12, pois se aproveitou das amostras pedidas por outras pessoas. A favorita foi a "Eight Point IPA", uma American IPA.     

III.  WILD WOLF BREWING COMPANY
Na propriedade da Wild Wolf, encontramos o prédio do restaurante, interligado à cervejaria, e umas lojinhas, que comercializam, dentre outras coisas, gifts, temperos e acessórios. Eu diria que é uma vila bem charmosinha, com um laguinho e um moinho de água no meio.
Nossa mesa, para 10 pessoas, ficou no salão de entrada, onde fica o balcão com os souvenirs (placa, copo, camisas...) da marca. O estabelecimento é bem dividido. Tem, ainda, um bar nos fundos, um salão adaptado para o frio na área lateral externa e uma varanda na frente, que deve ser bem concorrida no verão.
O cardápio é bem farto, com várias opções de entrada, sanduíches, pratos e sobremesas. Como fomos à noite, acabei optando por um sanduíche recheado com frango desfiado com molho barbecue, acompanhado de coleslaw (salada de repolho com maionese que eu A-M-O!) e batata doce frita. Eu simplesmente adoro tubérculos (batata, batata doce, mandioquinha...) em suas mais distintas formas: cozidos, fritos ou amassados (purê)! O frango estava bem macio e o molho barbecue suave e delicioso.


As 11 cervejas da casa estão separadas em 2 sampler flights:
1º) com 5 beers da casa ($ 5,00): american pilsner, blonde hunny ale, wee heavy, dry stout e alpha ale;
2º) com 6 cervejas sazonais ($ 6,00): berliner Wolf, area 151 with peaches (com pêssego), wild wolf bitter, the local wolf, exquisitely evil ale e American stout.
Danzinho pediu as duas degustações, afinal, não quer perder nada. A cerveja que mais gostou foi a exquisitely evil ale. Entretanto, das três fabricantes, essa foi a que ele achou mais fraca.  


Mesmo não gostando de cerveja, adorei os nossos passeios (pois estava com a minha família e aí tudo fica maravilhoso!) e recomendo a quem estiver na região que aproveite cada um desses restaurantes e, gostando de cerveja, prove todas elas. 
Em Wintergreen é assim, dá para passar o dia esquiando e, à noite, sair do resort para tomar uma loira gelada.