terça-feira, 25 de outubro de 2016

MISS SAIGON: viaje pelos sabores do Vietnã!




Eu moro em São Paulo há 8 anos e o que mais me encanta nesta cidade é o resultado provocado pela diversidade cultural e econômica da sua população. Nas Ruas 25 de Março e José Paulino, há o comércio popular; na Rua Oscar Freire e nos Shoppings Iguatemi, Cidade Jardim e JK, o mercado de luxo. Nas casas de shows, há espetáculos de músicas clássica, rock, pop, MPB, sertanejo, pagode e funk. Teatros e cinemas exibem musicais, drama, comédia, terror e romance. Há templos que cultuam as mais distintas religiões. E há restaurantes. Muitos restaurantes! Das mais tradicionais e das mais exóticas gastronomias mundiais. Aqui, todos os bolsos e gostos têm vez. É impossível não achar uma atração que seja do seu agrado!
Estando em São Paulo, consegue-se dar uma volta ao mundo através da gastronomia. E a nossa parada, desta vez, foi o Vietnã, através do restaurante “Miss Saigon”, que oferece ao comensal uma culinária leve e que exala frescor.
Para garantir a nossa mesa, fiz a reserva através do site do estabelecimento. Nós fomos na unidade de Moema, no domingo em que teve início o horário de verão. Chegamos às 13:00 horas e estava muito tranquilo de conseguir lugar. Às 14:00 horas, o salão foi tomado pelos clientes.
O ambiente é simples, mas tem uma decoração alegre e agradável, com as paredes tomadas por bambus e tinta amarela. 


Quem levou os cardápios à mesa foi um jovem simpático (não sei se é o filho dos proprietários), que perguntou se já conhecíamos a casa. Como respondemos que não, ele nos apresentou o cardápio inteiro, dando uma breve ideia do modo de preparo e dos ingredientes de cada prato.
Para aquecer os motores, pedi uma “Vietnam House Margarita” (sake, curaçau blue, limão e sal) - R$ 20,00. O licor harmonizou muito bem com o limão e a substituição da tequila pelo sake deixou a mistura mais suave e agradável.


Influenciada pela culinária chinesa, a vietnamita também compartilha a teoria dos cinco sabores (amargo, azedo, picante, doce e salgado), que preconiza que um prato pode ser dominado por um ou dois dos cincos sabores, mas que todos eles devem estar presentes, compondo um todo harmônico. E em algumas comidas que provei no Miss Saigon, pude sentir esse jogo equilibrado de sabores.
Vamos aos quitutes! 
De entrada, minha irmã e meu cunhado pediram “Chà Giò” (rolinho primavera) - R$ 45,00 a porção com 8. E eu aproveitei e também experimentei. A apresentação do prato era bem mimosa, com os rolinhos e as folhas de alface dispostos em duas cestinhas de palha, decoradas com um chapéu cônico vietnamita. 


Quando entregou o prato, o garçom nos ensinou a degustá-lo. Deveríamos pegar uma das folhas de alface e, sobre ela, colocar um quadradinho de pepino e outro de cenoura (estavam cortados à Julienne); acrescentar 2 folhinhas de hortelã, o rolinho e o molho desejado; por fim, enrolar como se fosse um wrap e comer. O rolinho é assado e, com os legumes e o hortelã, ficou saudável e extremamente leve.


Eu e o Daniel fomos um tantinho exagerados e, para começar, pedimos o “Mix Miss Saigon” (R$ 79,00), que era um mix com todas as entradinhas da casa: “Gòi Cuôn” (rolinho primavera fresco, com massa de espaguete de arroz e recheado com camarão, carne suína e salada), “Chà Giò” (rolinho primavera"), “Chao Gà” (espetinho de frango no bastão de cana-de-açúcar), espeto de carne enrolado com talo de erva cidreira e salada de mamão verde. O garçom informou que o mix servia duas pessoas, mas teria sido suficiente para os 4.
O rolinho fresco era meio sem gosto, precisando ser complementado pelo molho de amendoim, que imprimia sabor. O frango espetado na cana-de-açúcar parecia uma almôndega, pois a carne era processada. O sabor dominante no espetinho de carne era o azedo. E o destaque da porção ficou com a salada de mamão verde, composta, também, por cenoura, cebola, amendoim e frango; por ser refrescante é ideal para ser degustada num dia de verão.


Embora fizesse calor, escolhi, de prato principal, o símbolo da cozinha vietnamita: a sopa leve e perfumada chamada “Phò”, que é preparada com caldo de carne, macarrão de arroz e finas fatias de carne. De acordo com o “The Food Book” (“O Livro da Comida”), da editora Lonely Planet, “it is Vietnam in a bowl”. Numa tradução livre, “é o Vietnã numa cumbuca”.
Catalogada no menu entre as “noodles soups”, a “Phò Bò” (R$ 42,00) estava descrita assim: “talharim de arroz com fina fatia de carne, bolinho de carne, cebolinha em caldo especial, acompanhada de mix de salada e molho”.
O caldo, que leva quase 24 horas para ficar pronto, é o que confere aroma à sopa. Ele é preparado com a carcaça (ossos) do boi e perfumado, dentre outras especiarias, com gengibre, anis e canela. À parte, são oferecidos limão, pimenta dedo-de-moça, brotos de feijão e folhas frescas de coentro e hortelã, para quem quiser dar um toque pessoal a sua sopinha.
Mesmo servida quente, é refrescante e muitooooo aromática. O pessoal achou insossa, mas eu achei que as especiarias conferiram um sabor legal e reconfortante, sem que fosse necessário adicionar mais sal ou qualquer outro condimento.


Depois dessa comilança toda, não consegui provar nenhuma das sobremesas.
A culinária vietnamita ainda é desconhecida no nosso País, não estando integrada ao nosso cotidiano e a nossa alimentação. Desde de criança, a minha família costumava pedir comidas chinesa e árabe em casa e, na adolescência, fui apresentada à cozinha japonesa. Porém, nunca havia provado nada da gastronomia vietnamita. E acredito que, salvo raras exceções, essa é a realidade do Brasil. Por isso, embora a comida seja gostosa, não nos conecta ao nosso alimento interior, construído pela nossa história e por nossas recordações. Mas, ainda assim, devemos dar uma chance ao restaurante Miss Saigon, que oferece uma comida mais saudável, preparada sem utilizar muito óleo, com ingredientes frescos e de boa qualidade, resultando em pratos leves e muito saborosos. Vá sem medo e desfrute o novo!

INFORMAÇõES:
Miss Saigon – Unidade Moema
Alameda dos Jurupis, 1374
(11) 4564-1419

Miss Saigon – Unidade Bom Retiro
Rua Três Rios, 430
(11) 2645-2600

Outros restaurantes de culinária asiática em São Paulo:

#MissSaigon #CulináriaVietnamita #Pho #Gourmet #Gula #Gastronomia #Foodie #FoodBlogger #ComerEBeber #SãoPaulo



domingo, 16 de outubro de 2016

RESTAURANTE TUJU: Aguça a sua curiosidade!

Em 2015, o Guia Michelin publicou sua primeira edição brasileira, listando os melhores hotéis e restaurantes das capitais fluminense e paulista. Dentre os dez restaurantes paulistanos condecorados com uma estrela Michelin, estava o Tuju, um estabelecimento do qual eu ainda não tinha ouvido falar. E a leitura da sua avaliação no Guia serviu como uma chave de ignição para a minha curiosidade. Assim estava escrito: “Ivan Ralston é, sem dúvida, um dos mais promissores chefs do Brasil e seu Tuju, não poderia ser diferente. Entre com a mente aberta e se entregue a uma experiência única, que alia produtos majestosos com criatividade e técnica irrepreensíveis”. Com a mente aberta eu estava e, por isso, decidi fazer uma reserva para ir jantar.   
A reserva é feita através do site da casa e, para tanto, é preciso informar os dados de um cartão de crédito. Inicialmente, não será cobrado nada. No entanto, caso você não compareça e deixe de efetuar o cancelamento da reserva, será cobrado o valor de R$ 10,00 (dez reais) por pessoa – ex.: sendo a reserva para 2 pessoas, será cobrado R$ 20,00 (vinte reais) no cartão informado.
Com o jantar programado para o sábado, dia 1º de outubro, na terça-feira, 27 de setembro de 2016, foi revelada a lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina, segundo o periódico inglês “Restaurant”, e o Tuju nela havia ingressado, na 45ª posição. Como sou dessas que curte uma classificação, adorei a novidade.
Localizada na Vila Madalena, a casa exibe uma arquitetura moderna e funcional, se valendo de todos espaços disponíveis para cultivar folhas e temperos, que serão utilizados pelo chef e sua equipe na preparação dos pratos. Além da horta, que pode ser visitada, há plantações na calçada e no espaço ao ar livre, que fica por trás do salão.



No salão, repleto de madeira, vidro e metal, ganha destaque a cozinha, que se exibe para os comensais logo na entrada do estabelecimento.


O atendimento é encantador, com garçons simpáticos, educados e gentis. O profissional responsável pela nossa mesa se chamava Lucca e nos atendeu com perfeição, explicando direitinho o funcionamento do restaurante, servindo e apresentando os pratos com primor.
No cardápio, são propostas três opções de menu degustação:
(1) Menu de 15 etapas (R$ 290,00; com harmonização de vinhos: R$ 440,00);
(2) Menu de 05 etapas (R$ 130,00; com harmonização: R$ 210,00);
(3) Menu Vegetariano de 05 etapas (R$ 130,00; com harmonização: R$ 210,00).
Ao contrário de outras casas, o Tuju possui um cardápio, no qual já esclarece ao comensal quais pratos serão servidos em cada degustação. Quem preferir, ao invés de participar da degustação, pode pedir separadamente qualquer dos pratos que fazem parte dos três menus, pois eles também trabalham com o serviço “à la carte”. Por isso, no cardápio, ao lado da descrição de cada uma das etapas, há o valor correspondente a cada prato, que será cobrado de quem optar pela versão “à la carte”. Vou colocar uma foto para que vocês consigam visualizar.


Analisando o menu de 15 passos, nos deparamos com umas iguarias que julgamos bem esquisitas, como, por exemplo, “brusqueta de língua e beldroega”, “éclair de ouriço e pó de alga codium” e “sequilho de carimã, iogurte da casa, conserva de bulbo de erva-doce e ovas de truta”. Assim, decidimos arriscar o menu de 05 passos, acrescentando apenas uma sopa do menu de 15 (você pode acrescentar passos de outro menu, que serão pagos à parte).
Embora todos da mesa precisem optar pelo mesmo menu ou, então, por pedidos à la carte, a harmonização de vinho não precisa ser escolhida por todos. Alguns podem fazer, mesmo que outro(s) assim não deseje(m). Como não sou muito de vinho, preferi explorar a carta de coquetéis e provei o drink azedinho-doce de nome “Florodora” (Gin Tanqueray com infusão de hibisco e azedinha, licor Chambord, ginger ale caseira, xarope de gengibre e limão-taiti).


Nosso banquete teve início com uma miscelânea de pães caseiros, que foram levados à mesa numa simpática cestinha de cerâmica. Os pães eram macios e frescos, com cores de encher os olhos e sabores de conquistar o paladar. Tinha brioche de abóbora com damasco, pães rústico, de castanha e de azeitona, e um delicioso croissant recheado com curau de milho. Servidos com manteiga, azeite e sal, mas que poderiam facilmente ser apreciados sem nada disso.


A primeira entrada era “Parati marinado, abacate, vinagrete e iogurte”. Parati é um peixe. Ele foi servido cru e seu sabor lembrava o de uma sardinha. Eu, que já falei diversas vezes que não curto peixe, achei o sabor extremamente forte. Meus companheiros de aventura falaram que, misturando todos os elementos do prato, o gosto ficava melhor. Mas, ainda assim, a combinação não me agradou.



No momento seguinte, foi servida a “Sopa de milho com camarão branco selvagem e couve-rábano”, que escolhemos do menu de 15 etapas. Sopa leve e aromática, com um toque de gengibre. Certamente, foi um dos destaques da noite.


Como segunda entrada foi servido “Varênique de mangarito com ovo de codorna, cebola caramelizada e castanha-de-pequi”. Eu não conhecia, mas o nosso garçom, Lucca, nos explicou que varênique é um prato judaico. Trata-se, tradicionalmente, de uma massa de farinha de trigo e ovo, recheada com purê de batata e cebola caramelizada, dobrada em meia lua e cozida em água fervente. No entanto, no Tuju, a massa ganhou um formato de lua cheia e passou a ser recheada com mangarito (um tubérculo) e ovo de codorna; a cebola caramelizada saiu do recheio e foi parar no molho, junto com castanhas-de-pequi. É um prato de sabor delicado e consistência aveludada.
  


O primeiro prato principal foi o “Peixe do dia, purê de limão, ora-pro-nóbis e curry”. Um peixe de carne macia e sabor muito suave. No purê de limão, obteve-se um equilíbrio perfeito entre doçura e acidez. Lembre-se que eu falei que não sou fã de peixe, mas A-M-E-I esse prato e voltaria ao Tuju só para apreciá-lo novamente.



O último prato salgado foi “Porco montau e salada de fava-verde”. Eu posso está falando a maior besteira do mundo, mas a impressão que meu foi que utilizaram alguma técnica da gastronomia molecular e modificaram a textura da carne, cujo pedaço não parecia ser nem filé nem picanha, era uma parte cheia de nervos e bem estranha. Definitivamente, não curti esse prato!



A sobremesa do Menu de 5 etapas era “Flor de sapoti e baba, infusão de vinagreira e sorvete de pêssego”. Mas o garçom nos informou que poderíamos trocar pela “Panacota com calda de jabuticaba, pitaia, mirtilo, pinhão tostado e sorvete de formiga”, que fazia parte do Menu de 15 etapas, ou pela “Torta de limão-cravo, castanha-de-pequi e sorvete de mel de jataí”, que compunha o Menu vegetariano. Eu escolhi esta última, que estava bem saborosa, com uma mistura interessante de sabores e texturas.     


No final, o resultado da experiência foi bem balanceado. O ambiente é bem decorado, agradável e confortável. O atendimento é primoroso. E se há pratos que decepcionam, há outros que encantam.
No cardápio, eles informam que os menus podem ser adaptados ao gosto do comensal. Então, a minha dica é: quando chegar, converse com o garçom, procure analisar o prato de cada menu, pergunte o que vem cru e o que vem cozido, e solicite as adaptações que entender necessárias. Não interferindo nas criações do chef, mas apenas solicitando a troca de uma etapa por outra, acredito que não se oporão.
Como dizia o Guia Michelin, vá de mente aberta. O conhecimento da alta gastronomia e a criatividade do chef, aliados a alimentos frescos e pomposos, aguçarão os seus sentidos e te proporcionarão uma curiosa refeição.    

INFORMAÇÕES:
Tuju
Rua Fradique Coutinho, 1.248 – São Paulo – SP
(11) 2691-5548

Posts sobre outros restaurantes que estão na lista dos 50 melhores da América Latina:

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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

SALVATORE LOI: o esplendor da gastronomia italiana!


Foi no episódio do reality show MasterChef Brasil, exibido em 07 de outubro de 2014, que "fui apresentada" ao Chef Salvatore Loi. Na ocasião, anunciado como um cozinheiro de renome, o italiano ensinou aos participantes da primeira edição a prepararem "Baulettis recheados com ricota, raspas de laranja e manteiga de especiarias". E eu, profunda apreciadora da culinária italiana, logo fiquei interessada em provar as suas criações.
Acontece que nem sempre os nossos desejos se realizam como num passe de mágica e por milhares de motivos, dentre os quais, a saída do Chef do "Loi Ristorantino", a minha imersão na gastronomia por ele praticada foi adiada por dois anos.
No entanto, o que pode soar como uma tortuosa espera, acabou se revelando um golpe de sorte e eu explico o porquê. Em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, falando sobre o seu atual estabelecimento, assim se manifestou o Chef: "No Fasano eu estava na clausura. No Loi Ristorantino, era uma 'semi-clausura'. Aqui, tenho liberdade". Logo, a conclusão não poderia ser outra: agora, livre para criar, o cozinheiro revela a verdadeira essência da sua arte. E foi esta que eu fui conhecer! Uma culinária desprendida de amarras e regras, que confere à comida italiana alma, requinte e muito sabor.
O salão do restaurante é clean, mas sofisticado, com a cozinha aberta ao fundo, possibilitando ao comensal acompanhar o trabalho do Chef.


A gentileza do atendimento já pôde ser sentida quando liguei para fazer a reserva e fui atendida pela simpática funcionária de nome Giuliana. Em que pese a cordialidade e educação de todos os garçons, o destaque foi o maître responsável pela nossa mesa, o Sr. Figueiredo, polido, alegre, ágil e esbanjando conhecimento sobre o cardápio. Tirou todas as nossas dúvidas, auxiliou na escolha dos pratos e sugeriu a entradinha. Um primor de profissional!
Nós iniciamos a comilança com o couvert, composto por ciabatta, patê de queijo de cabra com compota de tomate e manteiga temperada com especiarias. A ciabatta tinha castanha do Pará na massa e era levemente crocante por fora e bem macia no interior. Uma delícia! Se não me falassem que o patê era de queijo de cabra, eu não adivinharia, pois o sabor marcante do laticínio foi quase que anulado pelo modo de preparo. A compota de tomate, que achávamos que fosse de goiabada, para o meu paladar, estava doce ao extremo, o que serviu para camuflar ainda mais o sabor do queijo. Na manteiga, foram salpicadas cebolete, flor de sal e pimenta, o que deu um toque especial.


O mimo do Chef foi um “Timballo” servido com pasta de berinjela e farofa de pistache. Para quem não conhece, Timballo é um prato italiano montado como se fosse um bolo de macarrão. Eu não curti muito, parecia um monte de  bucatini (massa mais grossa do que o spaghetti) grudado e ressecado.


De entrada, o maître sugeriu a "Polenta Taragna con Salame Fresco" (polenta rústica, queijo taleggio, ervas e salame fresco) e nos informou que 3 porções eram suficientes para o nosso grupo de 7 pessoas (R$ 58,00 a porção).


Eu amo lasanha! Mas é uma comida que dificilmente eu peço quando saio para comer. Não sei dizer o porquê! Talvez seja por parecer um prato fácil de fazer ou comum de ser servido em reuniões familiares. Enfim... No Restaurante Salvatore Loi, resolvi dar-lhe uma chance e escolhi a "Lasagna al Tartufo Nero" (lasanha com ragú de vitela, trufas pretas e fonduta de grana padano) - R$ 85,00.
Sabe aquela lasanha suculenta preparada pela sua avó (ou pela sua mãe) com carne moída, presunto, queijo, molho branco e muitooooo molho de tomate? A criação de Salvatore Loi não lembra nada disso!
Montada numa assadeira, a massa recheada sai do forno direto para uma câmara fria, com 30ºC negativos, onde leva um choque térmico e endurece, permitindo que o Chef consiga cortar finas e longas camadas, que, depois de serem douradas na panela, repousam no prato do comensal, entre os molhos de vitela e grana padano. Se a apresentação lembra o símbolo Yin Yang, a semelhança não para por aí, pois uma característica marcante do prato é o equilíbrio entre os molhos e a massa. Apesar de assada sem molho, a lasanha é molhadinha e macia. Uma iguaria única, que dança uma bela valsa na boca de quem a aprecia. Sem dúvidas, foi um dos melhores pratos que já comi na vida.


A escolha do meu marido recaiu sobre a "Fregula con Frutti di Mare" (massa fresca de sêmola sem ovos com lula, camarão, vieiras e presunto de Parma) - R$ 85,00. Achei uma combinação muito interessante, leve e saborosa. Embora tenha sido servida quente, exalava um frescor incrível. Ao final, o Daniel exclamou: "Fazia tempo que eu não ia a um restaurante e degustava um prato tão bom, que me deixasse com vontade de voltar para comer exatamente a mesma coisa".


Se muitas eram as opções de entrada e de prato principal, com a sobremesa não era diferente. Cada uma com uma descrição mais apetitosa que a outra. Depois de muitas divagações, decidi que a bola da vez seria a "Torta Calda  al Limoncello e Gelatina di Lampone" (torta quente recheada com limoncello e gelatina de framboesa) - R$ 37,00. A torta é bem semelhante a um petit gateau, com muita calda de limoncello no interior. Crack crack por fora e bem líquida por dentro. Uma maravilha!


No Salvatore Loi, os clássicos ganham vida nas mãos do criativo Chef, que reescreve a culinária italiana, imprimindo beleza, suavidade e sofisticação. Não é uma cantina tradicional, é um restaurante de Alta Gastronomia, que surpreende e encanta os comensais. Você não sairá com a gola da camisa suja de molho de tomate, mas, ainda assim, irá embora transbordando felicidade.

INFORMAÇÕES:
Rua Joaquim Antunes, 102 - São Paulo – SP
(11) 3062 – 1160

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