El Calafate é uma charmosa cidadela argentina, que
serve de base para os turistas que almejam explorar o extraordinário Parque
Nacional Los Glaciares.
Por ser uma região de clima muito frio, a alta
temporada ocorre durante o verão, quando a cidade recebe 23 voos por dia. No
outono, esse número cai para 8, e, no inverno, para 5. Quem me passou essa
informação foi o nosso guia.
Fomos no feriado de 21 de abril, e eu cheguei a
conclusão de que esta é a melhor época, pois todos os passeios ainda estão
sendo realizados e a cidade se mantém agradável, sem milhares de turistas
transitando pra lá e pra cá, sendo possível comer em qualquer restaurante que
se desejar e reservar os passeios quando chegar.
No verão, com o movimento intenso de turistas, e um
limite diário, por exemplo, do número de pessoas que podem andar sobre o
Glaciar Perito Moreno, os passeios precisam ser programados com antecedência.
Fazendo-se as reservas ainda do Brasil, através do hotel escolhido ou
diretamente com a empresa que o executa. Torna-se imprescindível, também, fazer
o agendamento para o jantar.
No inverno, as condições climáticas e a consequente
redução no número de "desbravadores", faz com que os grandes hotéis
fechem suas portas, pois fica muito caro manter toda a estrutura em
funcionamento para acomodar poucos hóspedes.
Ademais, a maioria dos passeios deixam de ser
realizados. No panfleto que recebemos ao fazer o Mini Trekking no Glaciar
Perito Moreno, com a empresa Hielo Y Aventura (única com autorização para essa
exploração), havia a informação de que eles suspendem suas atividades no período
compreendido entre 10 de junho e 05 de agosto. E, na Estancia Cristina,
recebemos a informação de que ela funcionaria até o fim do mês de abril.
Uma dica que eu dou, por experiência própria, é que o viajante,
em primeiro lugar, explore a região, principalmente através das passarelas do
Parque Nacional Los Glaciares e de passeios de barco, e, só depois, faça o Mini
Trekking.
O passeio pelo Glaciar Perito Moreno não chega a ser
exaustivo, pois, apesar das subidas e descidas, bem como da tensão e cuidado
constantes para não levar uma queda, são feitas muitas paradas durante o
percurso, para tirar fotos e apreciar a paisagem. Assim, quando você pensar em
cansar, já estará fazendo uma nova pausa.
Eu achei excelente ter feito no último dia. Primeiro,
porque obtive várias informações sobre o glaciar e sua formação nos dias
anteriores. Mas, o motivo principal, foi porque, no dia seguinte ao Trekking,
fiquei com muita dor muscular na batata da perna e o meu marido, que pratica
exercícios físicos regularmente, ficou com dor nos joelhos. Assim, ainda que
tomássemos Aleve, Dorflex ou algo do gênero, esse inconveniente poderia
atrapalhar um pouco a nossa viagem, já que se trata de um destino de exploração
da natureza, com várias caminhadas, subidas e descidas de montanhas e escadas.
Uma maneira legal de entender um pouquinho sobre o que
será visto em El Calafate é visitar o Glaciarium (Museu do Gelo). Trata-se de
um museu de história natural, totalmente dedicado aos glaciares, contando e
demonstrando como os enormes blocos de gelo da Patagônia se formaram.
No mesmo prédio, fica o Bar de Gelo, chamado de
GlacioBar. O frio, no seu interior, é suportável e eles fornecem uma capa e um
par de luvas para cada cliente. O
consumo é liberado e há uma boa diversidade de bebidas (refrigerantes, cerveja,
Vodka, Gin, Campari, Whisky, Licor de Calafate, Lemoncello, Amaretto etc.). O tempo
de permanência no bar é de 25 minutos e passa voando, mas dá tempo de tomar uns
drinks e tirar umas fotos.
Os ingressos são vendidos separadamente. O do
Glaciarium custa 185 pesos argentinos; o do GlacioBar, R$ 40,00. O museu fica
afastado do Centro da cidade, mas eles oferecem transporte gratuito saindo da
Secretaria de Turismo de El Calafate. Os horários do transfer são os seguintes:
das 09:00 às 16:00, a van sai de hora em hora; das 16:00 às 18:30, sai de meia
em meia hora. Veja, abaixo, o local de espera do transfer.
Uma coisa bonita de se ver é a consciência ambiental e
o compromisso social que os profissionais têm com a preservação do Parque, que,
em 1981, foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Na Estancia Cristina, por exemplo, eles falam (e
repetem diversas vezes) para tirarmos muitaaas fotos, pois elas serão a única
recordação que poderemos levar do lugar. Dizem para não pegarmos absolutamente
nada, seja uma folha, uma pedrinha ou um grãozinho de terra. E mais, alertam
que não podemos deixar lá nada do que levarmos. Se chuparmos um chiclete ou uma
bala, deveremos guardar a embalagem até retornarmos ao barco ou à cidade de El
Calafate.
Segue, abaixo, algumas fotinhos de todo o passeio até
a Estancia Cristina.
Uma última informação importante, que quero passar, é:
levem dólares ou pesos argentinos (troquem reais por pesos no aeroporto; não há
casas de câmbio oficiais na cidade). Ao contrário de Buenos Aires, que aceita
Real em quase todos os lugares, em El Calafate é difícil encontrar um estabelecimento
que queira a nossa moeda. Outro detalhe, com o serviço precário de telefonia da
região, muitos estabelecimentos não aceitam cartões de crédito, nem de débito.
Então, o melhor é levar dinheiro em espécie ou ir sacando numa das agências
bancárias da Av. del Libertador (limite diário para saque: 1.000,00 pesos
argentinos por conta corrente).
Agora, vamos para a parte que mais nos interessa...
El Calafate não é um destino gourmet, todavia, ainda
assim, é possível comer muito bem na região. Neste post, vou falar um pouquinho
sobre os restaurantes em que eu mais gostei de comer.
Prontos?!?!
ISABEL COCINA AL DISCO: Culinária rica e única!
Nas antigas fazendas argentinas, costumava-se utilizar
os discos dos arados que já estavam gastos para cozinhar. E essa é a base da
culinária praticada no restaurante "Isabel Cocina al Disco". O que
resulta em pratos cheios de personalidade, com carnes bem temperadas e macias.
Uma verdadeira delícia!!!
Se
eu tivesse que indicar apenas um restaurante de El Calafate, este seria o
escolhido, pois prática uma culinária que eu nunca vi em outro lugar. É como
está escrito na primeira página do cardápio: eles servem, não apenas uma
esplêndida comida caseira de avó, mas parte da história argentina e de seus
gaúchos.
Chegamos
ao chalé de madeira e a pessoa que nos recepcionou (não sei se era o gerente ou
o dono), brincalhona, falou que não atendiam brasileiros. Depois, indagou:
"vocês torceram para a Argentina ou para a Alemanha?". Outras
pessoas, talvez, ficassem chateadas ou sem graça, mas nós entramos na dança.
Estávamos
num grupo de 5 pessoas e, pasmem, fomos aconselhados a não pedir entradas e a
escolhermos 3 pratos principais para compartilhar. Achei muito digno da parte
do garçom, pois as porções são grandes e 3 pratos foram suficientes para
nós.
De
entradinha, ficamos apenas com o macio e quentinho pão, que foi levado à mesa
numa tábua de madeira que preservava o seu calor, e com a manteiga aromatizada
com salsinha, que derretia quando era espalhada no pedaço de pão.
Os
pratos do Isabel lembram um ensopado, mas as carnes não ficam submersas no
molho. A comida é mui rica e cada prato tem o seu tempero e ingredientes
próprios. Por isso, embora sejam preparados de modo semelhante, cada um exala
um sabor único.
Pedimos:
(1)
"Lomo a la mostaza" - filé mignon preparado na cerveja com verduras,
creme de leite e mostarda;
(2)
"Cordero a la cazadora" - cordeiro patagónico com verduras, pancetta
defumada e funghi; e
(3)
"Bife a la napolitana" - bife de chorizo, verduras, queijo
mozzarella, pancetta defumada, pimentões assados, tomate seco e
azeitonas.
Todos
os pratos têm batatas fritas como acompanhamento.
O
total da nossa conta foi 950 pesos argentinos. Pagamos por 5 cubiertos (na
Argentina, sentou na mesa, pagou a taxa conhecida como cubierto; para
compensar, o couvert é "gratuito"), 3 pratos, vinho e refrigerantes.
Preço justo e mesa farta! Recomendo
deveras!
INFORMAÇÕES:
Isabel Cocina al Disco
Endereço:
Gobernador Moyano 1226 - esquina 25 de Mayo
Fone:
+54 9 2966 15 617424
MI RANCHO: The
very best!!!
Sem dúvida, o Mi Rancho
foi o melhor restaurante em que comemos em El Calafate. Enquanto os demais
restaurantes são dedicados à culinária local (cordeiro patagônico, cazuelas e
comida al disco), o Mi Rancho utiliza os produtos locais, principalmente cortes
de carnes exóticas, para oferecer aos comensais uma comida mais sofisticada,
que pode ser até classificada como Alta Gastronomia.
O ambiente é pequenino,
rústico e aconchegante, e o atendimento é excelente.
Para iniciar a
comilança, além do couvert, composto por uma cesta de pães, quentinhos e bem
fofinhos, e patê cremoso e aromatizado, pedimos uma salada de folhas verdes com
camarões salteados com pancetta e amêndoas. Ingredientes tão distintos, mas que
resultaram num sabor incrível.
Falamos que iríamos dividir,
e eles já serviram a salada em 2 pratos montados. Um primor! Sem contar que a
quantidade servida em cada recipiente parecia uma porção inteira.
Na verdade, os pratos
deste restaurante são muito bem servidos, podendo ser facilmente
compartilhados.
De prato principal,
escolhi o "Bondiola de Cerdo con ensalada fresca, manzanas asadas y salsa
de mostaza". Corte alto e saboroso de carne suína, servido com salada de
tomate, pepino e milho, maçã verde assada e molho de mostarda. Arrisquei e me
dei bem! Composição harmônica e deliciosa.
Na hora da sobremesa,
escolhi um doce preparado com uma fruta típica da região: o crème brûlée de
rosa mosqueta. O creme era de doce de leite e, no lugar do açúcar, havia geleia
de rosa mosqueta maçaricada. Bem diferente do clássico francês, o creme estava
muito gostoso. Um reestudo gastronômico, utilizando produtos locais. Amei!
Comemos
maravilhosamente bem no Mi Rancho. Pena que fomos na última noite, assim, não
tivemos a oportunidade de repetir a dose. O que certamente teríamos feito.
Eles fecham aos
domingos e não aceitam cartão.
É importante fazer
reserva! Passe por lá no dia anterior ou peça para que o hotel agende a sua
visita ;o)
INFORMAÇÕES:
Mi Rancho
Endereço: Gobernador Moyano 1089 - Esquina 9 de Julio
Fone: +54 2902 49-0540
KAU KALESHEN: Pequeno
notável!
No site de viagens
TripAdvisor, o Kau Kaleshen está classificado como 3º melhor restaurante de El
Calafate (em primeiro lugar, está o Mi Rancho, e, em segundo, o Isabel Cocina
al Disco). Todavia, ele é qualificado como “Casa de Chá”. Assim, como não tinha
a intenção de tomar chá às 5 da tarde e jantar às 8 da noite, não fiquei
empolgada para conhecê-lo. Mas, como se diz por aí, a vida dá voltas...
No dia em que chegamos
a El Calafate, estava fazendo muitooo frio e eu e minha mãe ficamos com vontade
de comer um Fondue na hora do jantar. Passamos em frente ao pequenino Kau
Kaleshen e uma placa indicava que eles serviam a iguaria. Então, resolvemos
fazer uma reserva.
Chegamos às 20:00
horas, e o pequeno salão ainda estava vazio. Aos poucos, as pessoas foram
chegando e ocupando as outras mesas.
Havia apenas uma garçonete, mas ela conseguia dar conta de todos os clientes.
Havia apenas uma garçonete, mas ela conseguia dar conta de todos os clientes.
No couvert, foi servida
uma cestinha com mini ciabatas, temperadas com alecrim, e fatias de focaccia,
salpicadas com pimentas do reino e calabresa. Essa última não ficou apimentada
e era bem saborosa. Os pãezinhos vieram acompanhados de homus, temperado com
páprica e azeite. Uma combinação que deu certo.
De entrada, pedimos um
carpaccio de vegetais grelhados com salada de folhas verdes e laranja. Eu que
não sou fã de abobrinha nem de berinjela, aprovei o preparo do prato.
O Fondue de queijo
estava D-I-V-I-N-O!!! Bem servido (dava para 3 ou 4 pessoas) e com o queijo um
tantinho puxa-puxa (meio borrachudinho... eu adoro, pois cobre o pão todo!).
Porém, achei estranho alguns dos acompanhamentos que foram servidos, como, por
exemplo, a salsicha, o salsão e o tomate cereja. Comi com pedacinhos de pão, como
já é de praxe, e com as rodelas de cenouras cozidas.
Caso esteja em El
Calafate e queira comer um bom Fondue, você já sabe aonde ir: Kau Kaleshen.
INFORMAÇÕES:
Kau Kaleshen
Endereço: Gobernador Gregores 1256 (entre Bustillo y 25 de Mayo)
Fone: +54 2902 49-1188
CASIMIRO BIGUÁ PARRILLA
& ASADOR: Para comer “Cordero Patagónico”!
Fomos ao Casimiro Biguá
Parrilla & Asador para comer o tradicional Cordeiro Patagônico, que eles (e
vários outros restaurantes) intencionalmente assam expostos para a calçada.
O restaurante tem uma
ambientação sofisticada, mas o atendimento precisa ser mais ágil. Eles até
colocaram nas mesas aquele dispositivo de apertar e chamar o garçom, mas tinham
3 na nossa mesa e nenhum deles funcionava. Tínhamos que chamar o garçom quando
ele passava. Ele até conversava um pouco, se puxássemos assunto. Mas, embora o
restaurante estive apenas com metade da capacidade ocupada, ele parecia sempre
com pressa. Pedimos manteiga e ele responder qualquer coisa se distanciando, e
nós não entendemos o que foi dito. O fato é que a manteiga nunca chegou a nossa
mesa.
O destaque ficou com a comida,
que é muito boa!!!
Além do couvert (bem
simples!), provamos a provoleta de entrada. A apresentação estava muito bonita,
com duas rodelas de tomate em cima. O queijo provolone foi assado de forma
graciosa, estava bem crocante por fora e derretido por dentro. Uma explosão de
sabor e crocância!
Preciso contar o que eu
escolhi de prato principal?!?!
O Cordeiro Patagônico é
servido no ponto de cozimento escolhido, e em vários cortes distintos. Pedimos
ao ponto e a carne estava extremamente macia e com o sabor característico do
cordeiro. O acompanhamento é pedido à parte.
O restaurante é bem
localizado, na avenida principal de El Calafate (Av. del Libertador). Então, é
bem fácil encontrá-lo.
INFORMAÇÕES:
Casimiro Biguá Parrilla
& Asador
Endereço: Av. del
Libertador 993
Fone: + 54 2902493993
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