Estava ansiosa para conhecer este restaurante! De tanto ler críticas
positivas a respeito, minha veia nordestina pulsou forte e fez crescer, no meu
consciente (ou seria do meu coração?), uma vontade incontrolável de correr até
este templo da culinária sertaneja. A cada vez que eu e minha amiga Luli
marcávamos e desmarcávamos o nosso encontro no Mocotó, meu desejo de comer os
famosos Dadinhos de Tapioca aumentava. Mas, finalmente, no sábado passado,
conseguimos cumprir a nossa promessa e retornamos às nossas origens, degustando
autênticas guloseimas nordestinas.
Eu devo confessar que subestimei toda a fama e a conhecida disputa por
uma mesa neste restaurante. Imaginei que, indo num sábado e chegando às 12:00
horas, seria tranquilo de conseguirmos uma mesa, mas não foi bem assim que
aconteceu. Estávamos lá às 12h10min e só conseguimos nos acomodar numa mesa
grande, comunitária, que, ao invés de cadeiras, tinha bancos compridos e
igualmente coletivos. Embora a mesa não fosse tão desconfortável e não tenhamos
sido atrapalhados pelas outras pessoas que a dividiram conosco, acho que a hostess
deveria ter nos avisado que a única mesa disponível era aquela, nos dando a
opção de sentarmos ou aguardarmos outra melhor. Entretanto, ela se limitou a
nos direcionar até lá e pronto.
Superado o inconveniente da mesa, o atendimento dos garçons se revelou
nota 1.000. Eram atentos, ágeis e simpáticos. Rapidamente nos entregaram os
cardápios e, com a mesma velocidade, foram trazendo as comidas e bebidas
solicitadas. Nos ajudaram na escolha do tipo e do tamanho dos pratos e, sem
pressa ou insatisfação, responderam a todas as nossas perguntas. Mais uma vez,
reitero, tratamento nota 1.000.
Mas, como todos sabem, não é só o atendimento que molda o sucesso de um
empreendimento gourmet. O principal é a comida servida. Então, vejamos os
quitutes devorados...
Primeiramente, para acompanhar os tira-gostos, pedi um coquetel batizado
como "Mandacaru", uma mistura de cachaça, suco de limão e Cointreau, servida em
uma taça crustada com sal. Parecia uma marguerita nordestina, com cachaça no
lugar da tequila.
De entrada, montamos um trio de peso: (1) dadinhos de tapioca; (2)
queijo-de-coalho com melado; e (3) mocofava.
Quando combinamos de ir ao Mocotó, nós tínhamos uma certeza, não
importava quais seriam as consequências ou as nossas escolhas posteriores, pediríamos
os dadinhos de tapiocas. Que são cubinhos de grão de tapioca com queijo coalho
dourados e servidos com molho agridoce de pimentas vermelhas. Uma verdadeira
explosão de sabor! Eu passaria o resto do dia comendo aqueles quadradinhos
preparados por um verdadeiro deus da gastronomia. Porção com 6 unidades: R$
12,90; com 12 unidades: R$ 19,90.
Nada soa mais nordestino do que queijo coalho assado. Quem, ao
frequentar uma praia no Nordeste, não se deparou com um vendedor carregando um
tabuleiro de queijo em uma mão e uma lata de leite ou de nescau cheia de carvão
na outra? Você pede o queijo, eles pegam o espeto e assam na brasa que está na lata.
No Mocotó, a diferença, além do queijo já vir assado da cozinha, é o melado de
cana que o acompanha. Huuummmmm... impossível não lembrar da minha terra amada
com essa combinação de queijo e mel de engenho!
Para experimentar, embora estivessem todos receosos, pedi uma mini
Mocofava (R$ 11,90), uma combinação de mocotó com favada. No fim, todos
provaram e aprovaram. Parece um caldinho de feijão branco com bacon e carne
seca. Muito bom!
Na hora de pedir o prato principal, todos já estavam mais do que satisfeitos,
mas ainda sonhávamos em comer a sobremesa (rsrsrs). Eu escolhi o
Feijão-de-Corda e a Luli quis o Baião-de-Dois. Decidimos dividir entre os 4,
porém, ao invés de pedirmos duas porções grandes, o garçom aconselhou que
ficássemos com 2 porções médias. Como já diz o ditado que "quem avisa, amigo
é", resolvemos seguir a indicação do garçom amigo.
O baião-de-dois (mistura de arroz, feijão, queijo coalho, linguiça,
bacon e carne seca) estava soltinho e delicioso. Já o feijão-de-corda nos
surpreendeu, pois não era o feijão verde, sem caldo, que costuma acompanhar a
carne de sol. Era simplesmente um feijão normal incrementado.
Minha única lamentação é que o grande movimento nos deixa envergonhados
em estendermos a nossa visita, pois é o tipo de restaurante em que eu passaria
a tarde toda bebericando e petiscando as delícias do cardápio.
Resumindo: ambiente alegre e colorido, com garçons receptivos como o
povo nordestino e comida preparada com "sazon". Impossível não repetir!
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