É uma vergonha que meu blog já tenha ultrapassado um ano de existência e
que eu já tenha escrito sobre restaurantes de São Paulo, Nova York, Buenos
Aires, Córdoba (Argentina), Richmond (EUA), Wintergreen (EUA) e Charlottesville
(EUA), mas não tenha contemplado os estabelecimentos gastronômicos da minha
terrinha.
Agora, está mais do que na hora de corrigir esse erro!!!
Eu tenho certeza de uma coisa: ninguém duvida que Maceió tenha uma das
orlas mais bonitas do Brasil. Entretanto, o que nem todos sabem é que esta
terra de sol escaldante e praias deslumbrantes também conquista os seus
visitantes pelo paladar.
São milhares de barraquinhas que vendem tapiocas de sabores tradicionais
(como a de queijo com coco) e inusitados (como a de carne seca com queijo
coalho), carrinhos que preparam o acarajé de um jeito próprio (recheado com
camarão sem casca e molho de tomate), bares que servem diversos petiscos e frutos
do mar locais (como o siri despinicado e o sururu) e restaurantes dedicados às
mais variadas culinárias nacionais e internacionais.
Hoje, irei falar sobre o Divina Gula, um restaurante e cachaçaria que eu
costumava ir com uma certa frequência, fosse no Happy Hour de quinta-feira, com
os meus amigos, ou no almoço de domingo, com a minha família.
A casa abriu as suas portas em 1988 e se tornou uma das queridinhas de
Maceió, em razão dos pratos e drinks bem executados, da boa localização no
Stella Maris, do ambiente rústico, agradável e bem decorado e do excelente
custo benefício.
Na cozinha do Chef André Generoso, é preparada uma comida mineira com
toques nordestinos. Assim, no cardápio, embora haja boas opções de frutos do mar, a roça rouba a
cena, oferecendo ao comensal tutu de feijão, costelinha de porco, leitão à pururuca, carne de sol, atolados, feijão tropeiro, torresmo, linguiça, frango
com quiabo, couve, angu de fubá e muitas outras delícias. Tudo no capricho, exalando tempero, aroma e sabor.
Tanto as entradinhas quanto os pratos principais são bem servidos,
podendo ser facilmente compartilhados. Se você estiver com um grupo grande,
aproveite para dividir porções variadas. Assim, conseguirá provar um número
maior de guloseimas.
Seja no almoço ou no jantar, antes de tomar uma latinha de coca zero,
que é o meu grande vício, gosto de degustar um drink, que não precisa necessariamente
ser alcoólico, mas, com certeza, tem que ser bem refrescante. No caso do Divina
Gula, cheguei sabendo exatamente o que iria beber: uma tangirosca (caipirosca frozen
de tangerina).
Nos acabamos nas entradinhas: pedimos 3 para dividir. E, não satisfeita,
ainda pedi um caldinho de feijão bem encorpado, sem torresmo, para iniciar os
trabalhos (R$ 6,50).
Rodrigo Oliveira, Chef do Mocotó, é o criador dos deliciosos dadinhos de tapioca, que
rapidamente conquistaram o paladar dos brasileiros. No Divina Gula, o Chef é
homenageado com os “Tijolinhos de tapioca com queijo coalho” (R$ 19,00), uma
massa pegajosa de tapioca granulada com queijo coalho, cortada em quadrados que
são fritos e servidos com mel apimentado. Verdadeiros pedacinhos do céu.
Outra entrada de arrancar suspiros é o “Atolado de Carne de Sol” (R$
30,00), montado com carne de sol refogada sobre purê de macaxeira coberto com catupiry. A
carne cortada em cubinhos, bem temperada e se desmanchando na boca de tão macia, forma uma composição bem harmoniosa
e extremamente saborosa com o purê e o catupiry cremosos.
E o terceiro petisquinho que devoramos foi um queijo coalho na chapa, salpicado com
pipoca de alho (uma espécie de “alho bits”) e servido com pão de alho (R$ 20,90).
Uma explosão crocante de sabor!
Para a minha tristeza, retiraram do menu o prato que eu sempre pedia, a “Picanha
Napolitana”, que era composta de fatias de picanha cozidas e servidas no tacho, cobertas
com rodelas de tomate e queijo mussarela, polvilhadas com orégano.
Eu queria pedir o “Tutu à Mineira” (R$ 65,00), composto por tutu de feijão batido,
acompanhado de linguiça caseira, bife de pernil, couve, torresmo, banana à
milanesa e arroz. Todavia, minha irmã, com quem combinei de dividir o prato, preferiu
a “Carne de sol desfiada com tutu” (R$ 65,00), combinado de carne de sol desfiada e acebolada com tutu à mineira, couve, torresmo e arroz. O tutu estava denso e
temperado na medida certa, entretanto, achei a carne um pouco ressecada.
Um prato bacana e bem farto para quem deseja viajar pelos encantos da culinária
mineira é o “Amostrado”, que serve 3 pessoas, custa R$ 67,00 e é formado por pequenas porções de tutu à mineira, feijão tropeiro, couve, arroz de alho, linguiça
caseira, costela de porco, bife suíno, frango com quiabo, torresmo, farofa de
milho com cebola, angu e jiló na chapa.
Quem quer comer bem em Maceió, não pode deixar de visitar o Divina Gula, que, além de restaurante e cachaçaria, já se tornou uma deliciosa atração turística da cidade.
INFORMAÇÕES:
Divina Gula
Av. Engenheiro Paulo Brandão Nogueira, 85 – Jatiúca
Fone: (82) 3235-1016
(Fechado às segundas-feiras)
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