O Brooklyn Restaurante abriu as portas em
09/09/99 (data cabalística? Não sei! Mas coincidentemente é o dia do meu
aniversário... Rsrsrs) e se destacou no cenário paulistano por causa dos seus
garçons, que, além de anotarem os pedidos e servirem as mesas, cantam e dançam.
Fazia muitos anos que eu não frequentava a
casa, mas me recordo que tudo funcionava conforme idealizado, com os cantores
servindo as mesas e, de meia em meia hora, parando o atendimento para
realizarem as apresentações. A ideia era muito bacana, pois permitia a
interação entre o público e os artistas. No entanto, infelizmente, parece que
essa essência se perdeu. Na última visita, no dia 12/02/16, exceto por uma das
cantoras, que vi passando com um prato na mão, não vi nenhum dos outros "garçons
cantores" servirem nada e nenhum deles chegou até a nossa mesa. Conclusão:
agora, há garçons e há cantores, mas cada um desempenha a sua função sem
miscigenação.
O estabelecimento só funciona na hora do
jantar (20:00 às 01:00), que, é importante ressaltar, tem um custo bem elevado,
principalmente se consideramos a qualidade da comida oferecida, que é apenas
aceitável. Nós tínhamos comprado um cupom, no site de vendas coletivas
"Peixe Urbano", por R$ 154,00, que dava direito a um jantar para duas
pessoas, composto por couvert, salada, prato principal e sobremesa. Levando em
consideração exclusivamente a comida, sem o cupom, teríamos gasto R$ 296,00
para comer exatamente a mesma coisa. E, embora a comida já seja cara o
suficiente, o comensal ainda desembolsa R$ 40,00 de couvert artístico (preço
justo pelo nível da apresentação).
A casa tem uma ambientação clean e
sofisticada. A fachada simula um dos típicos prédios de 3 andares do Brooklyn
nova-iorquino. Os garçons são educados, mas o atendimento é lento e, às vezes,
um tanto confuso.
Para beber, escolhi o coquetel rotulado
como "Cingapura Slim" (gin, suco de limão e licor de cereja). O licor
não era doce, mas neutralizou bem a acidez do suco, resultando numa mistura bem
interessante.
O couvert foi rapidamente servido assim
que chegamos e nos acomodamos. Era composto de pães quentinhos e macios,
produzidos no próprio restaurante, acompanhados de patê, compota de berinjela e
manteiga. Tudo fresquinho e com um toque de ervas.
Eram duas as opções de salada: (1) salada
de folhas variadas, tomate confit, queijo coalho com orégano e mel, uvas verdes
e molho de iogurte; e (2) salada Caeser em cesta de parmesão e crocante de
presunto cru. Fiquei com a segunda opção. A salada foi servida no prato e não
na cestinha de parmesão, que, na verdade, eram telhas de parmesão no formato de
triângulos. Haviam dois molhos, o Caesar, com sabor extremamente forte de
anchova, e uma redução de vinagre balsâmico. Apesar da dupla, a sensação era
que faltava molho para besuntar o alface. Resultado: tentativa frustrada de
sofisticar a salada, pois foi a pior Caesar que já comi na vida.
Na hora do prato principal, fui no
tradicional "Medalhão com Fettuccine ao molho Alfredo". A carne
estava macia e foi servida com um molho madeira encorpado e um tantinho
adocicado. A massa em si estava saborosa e com o ponto de cozimento perfeito.
No entanto, mais uma vez, a quantidade de molho era insuficiente. E seu sabor
inexpressivo.
Para adoçar a noite, escolhi o
"Merengue de frutas vermelhas", que apresentou tropeços e acertos. A
taça em que a sobremesa foi servida funcionava visualmente. Porém, representava
um obstáculo para quem iria degustá-la. Apertada, não proporcionava mobilidade nenhuma
para que o comensal se servisse de todos os componentes do doce. Tinha muito
mirtilo, uma frutinha meio sem graça. E o suspiro não esbouçava frescor. O que
salvou a sobremesa foram as framboesas, a calda de frutas vermelhas e o sorvete
de creme. Esta mistura, sim, valeu cada caloria consumida.
O espetáculo da noite, literalmente, foram
os "spots" de musicais da Broadway e de clássicos internacionais. Em
que pese haver uma desafinada aqui e outra ali, não há como negar que os
cantores são talentosos e cheios de charme. Cantam, dançam e conquistam a todos,
que se divertem, riem, aplaudem e esquecem da vida enquanto curtem o show.
A seguir, listo todas as músicas tocadas e
cantadas durante o meu jantar.
1º ato (às 21:24)
Miss Cele's Blues - Sister (Emiliana Torrini)
Hopelessly Devoted To You (Grease)
One (A Chorus Line)
2º ato (às 22:04)
Cabaret (Connie Francis) - "Hoje à
noite é para você" (adaptação Brooklyn Restaurante Staff)
All I Ask Of You (O Fantasma da Ópera)
Age Of Aquarius (The Mamas and The Papas)
3º ato (às 22:32)
Unforgettable (Nat King Cole)
We Both Reached For The Gun (Chicago Musical)
Somewhere Over The Rainbow (O Mágico de Oz)
All That Jazz (Chicago Musical)
4º ato (às 23:22)
A Whole New World (Aladdin)
Master Of The House (Os Miseráveis)
Endless Love (Lionel Richie)
Oh Happy Day! (Mudança de Hábito)
5º ato (às 00:14)
Empty Chairs At Empty Tables (Os Miseráveis)
Mamma Mia (ABBA)
Feeling Good (Nina Simone)
Seasons of Love (Rent)
6º ato (às 00:55)
My Funny Valentine (Frank Sinatra)
A New Life (Jekyll & Hyde)
So In Love (Cole Porter)
A verdade é uma só: “recomendo o
restaurante, única e exclusivamente, por causa das apresentações musicais. Já
que, pelo mesmo preço (ou até menos), come-se muito melhor em outros
restaurantes da Terra da Garoa”.
Gostamos tanto, que fomos os últimos a
sair, só deixando o restaurante quando as luzes se apagaram e o show,
definitivamente, acabou.
Ah... Quase que eu ia esquecendo de
avisar: “Não deixe de reservar!”. Como as pessoas querem curtir os “spots”, não
há rotatividade nas mesas.
INFORMAÇÕES:
Brooklyn Restaurante
Rua Baltazar Fernandes, 54 – Vila Cordeiro
Fone: (11) 5533-4999
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Eu fiquei encantado com a sobremesa (mesmo com esta taça absurda) e com a compota de berinjela (não tem como errar NADA com uma compota de berinjela, nham!).
ResponderExcluirMas achei o preço salgadíssimo... Ainda assim, vou ver se alguém quer ir comigo numa ida minha a Sampa, porque não posso perder esses números, de modo algum!
Gratidão pelo post, Blau! Altamente informativo e bem descrito!
Obrigada, Tom!
ExcluirEu tinha certeza que deste restaurante você iria gostar ;o)