Um libanês se
muda para o Brasil com o sonho de se tornar um jogador de futebol do Flamengo,
mas, ao invés de chegar ao Rio, acabando parando em São Paulo. O sonho não se
tornou realidade e nós agradecemos, pois o Plano B (ou seria C ou D?), montar
um restaurante árabe, deu super certo. Assim, surgiu o “Sainte Marie
Gastronomie”, um verdadeiro templo gastronômico. E eu digo uma coisa: a
sofisticação que falta ao ambiente simples e agradável, sobra na preparação e
apresentação das comidas.
Na primeira
vez que fui ao restaurante, que também
funciona como um empório, babei ao folhear o cardápio, mas me mantive
fiel a ideia original de degustar umas esfihas. Afinal, a casa tinha acabado de
se sagrar vencedora da categoria “A Melhor Esfiha” na premiação “O Melhor de
São Paulo – Delícias & Guloseimas 2013”, promovida pelo jornal Folha de São
Paulo.
Na ocasião, eu
e o meu marido pedimos esfihas de cebola (R$ 8,00), cordeiro (R$ 9,00),
abobrinha (R$ 11,00) e queijo (R$ 5,50). A de cebola estava simplesmente
divina, com uma textura cremosa e um sabor que me lembrou o de uma sopa de
cebola, cuja receita peguei no programa do Olivier Anquier. Apesar de adorar
kibe, confesso que não sou muito fã de esfiha de carne, mas a de cordeiro me
surpreendeu pelo tempero bastante suave. A de abobrinha tem coalhada seca no
recheio, o que me fez achá-la meio sem graça, mas não sou parâmetro para
avaliá-la, pois este não é o tipo de cheio que me agrada. Na esfiha de queijo,
o laticínio estava bem crocante, conferindo um gostinho diferenciado a um sabor
tão ordinário.
Hoje, fomos
almoçar sem pressa, com a intenção de explorar o cardápio e comprovar que a
culinária árabe tem muito mais a oferecer do que kibes e esfihas.
Chegamos por
volta de 13:00 horas e as mesas estavam quase todas ocupadas, exceto 2 mesas
para 2 pessoas, mas que ficavam localizadas uma distante da outra. Como
estávamos em 4 pessoas, o jeito foi esperar. Enquanto aguardávamos, os garçons,
sempre atenciosos, perguntaram se queríamos beber algo e aproveitaram para
trazer o mimo da casa, um bowl com
coalhada seca e azeite e uma cestinha de torradinhas de pão sírio. Geralmente
não sou de ficar esperando mesa, mas, neste caso, sabia que valeria a pena.
Acomodados, fomos
escolhendo os nossos pratos. O Daniel e o Marcelo (meu cunhado) optaram pela
“Moussaka de Cordeiro”, servida com um ovo frito. Após desgustarem, concluíram
que foi a melhor moussaka que já comeram na vida. O Marcelo comentou com o Chef
que se arrependeu de ter divido o prato e este, sem hesitar, trouxe um pouco
mais da iguaria para os dois gulosos.
Eu pedi um
“Tartar em forma de Kibe” acompanhado de batata frita. Esse steak tartar estava
de comer rezando, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! Composto de filé cru, picles, ketchup,
mostarda dijon e molho inglês, tudo em perfeita harmonia e na dosagem certa...
pura alquimia!
A Mariana
(minha irmã) queria pedir um filé grelhado ao molho de mostarda, mas o fofo e
super simpático Chef Stephan Kawijian a fez mudar de ideia. Sincero, ele falou:
“esse é o tipo de prato que eu tenho no cardápio apenas para constar, com
certeza você comerá melhores por aí, mas, caso queira, eu faço”. Todos nós
concordamos com ele... num restaurante árabe, peça comida árabe... oras! Então,
ela acabou escolhendo um michui de filet mignon acompanhado de salada fatouch e
não se arrependeu.
Para
finalizar, pedimos de sobremesa uma “Tarte d’Edy”, torta/bolo de pistache com
amêndoas, fofinha e saborosa.
Adoramos o
almoço! E toda atenção do Chef, que demonstra carinho, atenção e respeito não
só pelo que prepara, mas também com quem se dirige até lá seu estabelecimento para
comer e prestigiá-lo.
Não tem como
não voltar!
Informações:
Sainte Marie Gastronomia
Rua Dom João Batista
Costa, 70 – Vila Sônia
(Estacionamento gratuito
em frente; na rua, também é bem tranquilo de parar)