Assim
como numa empresa, onde observamos uma hierarquia entre seus funcionários (simplificadamente:
estagiários, encarregados, coordenadores, gerentes, diretores, vice-presidente
e presidente), nos restaurantes, também há uma organização básica na cozinha,
onde encontramos os mais diversos profissionais. Há, dentre outros, o rôtisseur
(responsável pelo preparo de carnes), o patissier (encarregado das sobremesas),
o souschef ou sub-chefe (assistente direto do chef) e o “CEO”, a estrela da
casa, o Chef de Cozinha ou Chefe Executivo. Este indivíduo elabora/desenvolve
os pratos que farão parte do cardápio, bem como dirige todo o funcionamento da
cozinha e cuida da finalização dos alimentos.
A
revista Veja São Paulo Comer & Beber 2013/2014 elegeu como “Chef do Ano” o
caipira (com todo respeito!) Jefferson Rueda, que comanda o restaurante Attimo,
estabelecimento que, por sua vez, abocanhou os segundos lugares nas categorias
“Restaurante Italiano” e “Menu Executivo de até R$ 50,00”.
Quando
folheei a revista pela primeira vez, fiquei bastante interessa em conhecer o
restaurante, mas, dentre uma coisa e outra, fui deixando para depois. O tempo
passou e, navegando pela internet, me deparei, no site do UOL, com uma
reportagem onde o Chef Jefferson Rueda indica seus lugares preferidos para
comer coxinha (http://zip.net/bplxMb). Depois dessa, o cara ganhou o meu
respeito, pois, assim como ele, também sou “tarada” por uma coxinha.
Num
sábado à noite, fomos lá conhecer o excelente e único Attimo, que serve comida
ítalo caipira, inovação de um descendente de italianos, que foi criado na roça,
o nosso premiado Chef Rueda.
Eu
não vou negar, fiquei encanta! O ambiente é básico e chique, com toques da
roça, como, por exemplo, umas abóboras dispostas nas mobílias. Com madeira e
vidro, num ambiente totalmente clean e sofisticado. O atendimento é excelente!
Nosso garçom se chamava Armando, um jovem simpático, solícito e bem treinado,
que nos atendeu com atenção e afinco. As comidas são de babar. Percebe-se, numa
simples visita, o porquê do Chef Jefferson Rueda ter conquistado o primeiro
lugar na categoria chef do ano. As comidas foram desenvolvidas com técnica,
arte e, principalmente, amor. Ao terminar a refeição, não pude me conter, quis cumprimentar
o Chef e, humildemente, ele foi até a nossa mesa. O que me rendeu a fotinho da
montagem (adoro “tietar” pessoas que valem a pena!).
Se
um renomado chef de cozinha, apaixonado por coxinha, põe este salgado no
cardápio do seu restaurante, eu, alucinada que sou pela guloseima, é lógico que
vou querer provar. Então, pedimos as “minicoxinhas recheadas com galinha
caipira e fonduta de catupiry”. Reparem na foto da porção! Só pela sua
apresentação já dá para perceber o carinho que o Chef nutre pelo famoso e
brasileiríssimo salgado. A porção é composta por 4 coxinhas, um tubinho de
pimenta e a fonduta de catupiry. Servida quentinha, sem aspecto oleoso e
rachaduras, com massa saborosa e recheio cremoso de galinha caipira. Gostosa e
diferente de todas que já provei. Gulosa, comi 3!
Ao
contrário de outros estabelecimentos, preocupados com a rotatividade, no Attimo
(que significa momento em italiano), a intenção é justamente que você desfrute
o momento e aprecie a refeição, cuidadosamente preparada. Assim, como a noite
estava apenas começando, além das coxinhas, aceitamos o couvert. E eu digo uma
coisa: este é um couvert que vale a pena ser experimentado, pois vai muito além
do pão com patê. O garçom traz uma cesta com várias opções de pães para o
cliente escolher. Eu fiquei com os pães de beterraba e de fermentação natural,
macios e saborosos. Outros itens: manteiga de azeite, tomate moqueado (parece
servido quente, mas é frio; temperadinho e em tirinhas; como se tivesse passado
pela primeiríssima etapa de preparação de tomate seco; muito bom!), mortadela
importada de sabor sútil, pururuca (um tira-gosto feito com o couro do porco salgado cortado em pedaços e frito
no óleo; lembra um baconzito, mas com sabor e massa mais leves) e canja de galinha à
moda do chef (não curtir este caldo!; tomei duas colheradas e desisti; não
consigo descrever o sabor, mas não achei parecido com a tradicional canja!).
De
prato principal, escolhi algo inusitado, que nunca havia vista em cardápio
nenhum, um “tortellini de carne assada ao leve creme de ervilhas frescas e
presunto San Daniele”. Ao primeiro tortellini, achei uma combinação estranha,
mas, ao ir me aprofundando na degustação, fui “aprendendo” a apreciar aquele gosto
novo dos já conhecidos tortellini e creme de ervilha (que eu adoro!). No final,
acabei satisfeita com a minha escolha! O Daniel, meu marido, pediu uma “paleta
de cordeiro com tagliatelle fresco ao molho do assado e legumes da terra”, a
proteína do prato se desmanchava na boca, causando uma sensação de intenso de
prazer.
Aqui,
eu preciso abrir um parênteses, para ressaltar que as massas artesanais são
confeccionadas após o pedido do cliente. Isso Mesmo! Você escolhe o tortellini
e eles irão preparar a m-a-s-s-a na hora. Literalmente, a comida é feita especialmente
para você!
Para
finalizar, pedi “cannoli e canudinho com recheios de ricota, doce de leite
aerado e mousse de coco”. Os dois últimos estavam divinos, com uma consistência
levíssima. O primeiro, cannoli de ricota, não me agradou muito, mas, na
verdade, nunca achei graça na bendita da ricota.
Este
jantar foi um verdadeiro deleite! Um dos melhores que já apreciei! Assim, fica
até fácil perceber por São Tomás de Aquino elencou a gula como um pecado
capital, pois, com uma comida preparada com tanto capricho e ingredientes
selecionados, é difícil não exagerar e desejar mais! Não tenho dúvidas de que
iremos repetir a dose!
O
restaurante tem um preço salgado, mas, como diz meu querido Mario Sergio
Cortella, “caro é aquilo que não vale o que se está pagando”!
Informações:
Attimo Restaurante
R. Diogo Jácome, 341, Vila Nova Conceição
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