sexta-feira, 1 de maio de 2015

EL CALAFATE: Breves dicas de viagem e onde comer!

El Calafate é uma charmosa cidadela argentina, que serve de base para os turistas que almejam explorar o extraordinário Parque Nacional Los Glaciares.




Por ser uma região de clima muito frio, a alta temporada ocorre durante o verão, quando a cidade recebe 23 voos por dia. No outono, esse número cai para 8, e, no inverno, para 5. Quem me passou essa informação foi o nosso guia.
Fomos no feriado de 21 de abril, e eu cheguei a conclusão de que esta é a melhor época, pois todos os passeios ainda estão sendo realizados e a cidade se mantém agradável, sem milhares de turistas transitando pra lá e pra cá, sendo possível comer em qualquer restaurante que se desejar e reservar os passeios quando chegar.
No verão, com o movimento intenso de turistas, e um limite diário, por exemplo, do número de pessoas que podem andar sobre o Glaciar Perito Moreno, os passeios precisam ser programados com antecedência. Fazendo-se as reservas ainda do Brasil, através do hotel escolhido ou diretamente com a empresa que o executa. Torna-se imprescindível, também, fazer o agendamento para o jantar.
No inverno, as condições climáticas e a consequente redução no número de "desbravadores", faz com que os grandes hotéis fechem suas portas, pois fica muito caro manter toda a estrutura em funcionamento para acomodar poucos hóspedes.
Ademais, a maioria dos passeios deixam de ser realizados. No panfleto que recebemos ao fazer o Mini Trekking no Glaciar Perito Moreno, com a empresa Hielo Y Aventura (única com autorização para essa exploração), havia a informação de que eles suspendem suas atividades no período compreendido entre 10 de junho e 05 de agosto. E, na Estancia Cristina, recebemos a informação de que ela funcionaria até o fim do mês de abril.
Uma dica que eu dou, por experiência própria, é que o viajante, em primeiro lugar, explore a região, principalmente através das passarelas do Parque Nacional Los Glaciares e de passeios de barco, e, só depois, faça o Mini Trekking.
O passeio pelo Glaciar Perito Moreno não chega a ser exaustivo, pois, apesar das subidas e descidas, bem como da tensão e cuidado constantes para não levar uma queda, são feitas muitas paradas durante o percurso, para tirar fotos e apreciar a paisagem. Assim, quando você pensar em cansar, já estará fazendo uma nova pausa.
Eu achei excelente ter feito no último dia. Primeiro, porque obtive várias informações sobre o glaciar e sua formação nos dias anteriores. Mas, o motivo principal, foi porque, no dia seguinte ao Trekking, fiquei com muita dor muscular na batata da perna e o meu marido, que pratica exercícios físicos regularmente, ficou com dor nos joelhos. Assim, ainda que tomássemos Aleve, Dorflex ou algo do gênero, esse inconveniente poderia atrapalhar um pouco a nossa viagem, já que se trata de um destino de exploração da natureza, com várias caminhadas, subidas e descidas de montanhas e escadas.




Uma maneira legal de entender um pouquinho sobre o que será visto em El Calafate é visitar o Glaciarium (Museu do Gelo). Trata-se de um museu de história natural, totalmente dedicado aos glaciares, contando e demonstrando como os enormes blocos de gelo da Patagônia se formaram.
No mesmo prédio, fica o Bar de Gelo, chamado de GlacioBar. O frio, no seu interior, é suportável e eles fornecem uma capa e um par de luvas para cada cliente. O consumo é liberado e há uma boa diversidade de bebidas (refrigerantes, cerveja, Vodka, Gin, Campari, Whisky, Licor de Calafate, Lemoncello, Amaretto etc.). O tempo de permanência no bar é de 25 minutos e passa voando, mas dá tempo de tomar uns drinks e tirar umas fotos.
Os ingressos são vendidos separadamente. O do Glaciarium custa 185 pesos argentinos; o do GlacioBar, R$ 40,00. O museu fica afastado do Centro da cidade, mas eles oferecem transporte gratuito saindo da Secretaria de Turismo de El Calafate. Os horários do transfer são os seguintes: das 09:00 às 16:00, a van sai de hora em hora; das 16:00 às 18:30, sai de meia em meia hora. Veja, abaixo, o local de espera do transfer.




Uma coisa bonita de se ver é a consciência ambiental e o compromisso social que os profissionais têm com a preservação do Parque, que, em 1981, foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Na Estancia Cristina, por exemplo, eles falam (e repetem diversas vezes) para tirarmos muitaaas fotos, pois elas serão a única recordação que poderemos levar do lugar. Dizem para não pegarmos absolutamente nada, seja uma folha, uma pedrinha ou um grãozinho de terra. E mais, alertam que não podemos deixar lá nada do que levarmos. Se chuparmos um chiclete ou uma bala, deveremos guardar a embalagem até retornarmos ao barco ou à cidade de El Calafate.
Segue, abaixo, algumas fotinhos de todo o passeio até a Estancia Cristina.




Uma última informação importante, que quero passar, é: levem dólares ou pesos argentinos (troquem reais por pesos no aeroporto; não há casas de câmbio oficiais na cidade). Ao contrário de Buenos Aires, que aceita Real em quase todos os lugares, em El Calafate é difícil encontrar um estabelecimento que queira a nossa moeda. Outro detalhe, com o serviço precário de telefonia da região, muitos estabelecimentos não aceitam cartões de crédito, nem de débito. Então, o melhor é levar dinheiro em espécie ou ir sacando numa das agências bancárias da Av. del Libertador (limite diário para saque: 1.000,00 pesos argentinos por conta corrente).
Agora, vamos para a parte que mais nos interessa...
El Calafate não é um destino gourmet, todavia, ainda assim, é possível comer muito bem na região. Neste post, vou falar um pouquinho sobre os restaurantes em que eu mais gostei de comer.
Prontos?!?!

ISABEL COCINA AL DISCO: Culinária rica e única!



Nas antigas fazendas argentinas, costumava-se utilizar os discos dos arados que já estavam gastos para cozinhar. E essa é a base da culinária praticada no restaurante "Isabel Cocina al Disco". O que resulta em pratos cheios de personalidade, com carnes bem temperadas e macias. Uma verdadeira delícia!!!
Se eu tivesse que indicar apenas um restaurante de El Calafate, este seria o escolhido, pois prática uma culinária que eu nunca vi em outro lugar. É como está escrito na primeira página do cardápio: eles servem, não apenas uma esplêndida comida caseira de avó, mas parte da história argentina e de seus gaúchos.
Chegamos ao chalé de madeira e a pessoa que nos recepcionou (não sei se era o gerente ou o dono), brincalhona, falou que não atendiam brasileiros. Depois, indagou: "vocês torceram para a Argentina ou para a Alemanha?". Outras pessoas, talvez, ficassem chateadas ou sem graça, mas nós entramos na dança.
Estávamos num grupo de 5 pessoas e, pasmem, fomos aconselhados a não pedir entradas e a escolhermos 3 pratos principais para compartilhar. Achei muito digno da parte do garçom, pois as porções são grandes e 3 pratos foram suficientes para nós. 
De entradinha, ficamos apenas com o macio e quentinho pão, que foi levado à mesa numa tábua de madeira que preservava o seu calor, e com a manteiga aromatizada com salsinha, que derretia quando era espalhada no pedaço de pão.


Os pratos do Isabel lembram um ensopado, mas as carnes não ficam submersas no molho. A comida é mui rica e cada prato tem o seu tempero e ingredientes próprios. Por isso, embora sejam preparados de modo semelhante, cada um exala um sabor único.
Pedimos:
(1) "Lomo a la mostaza" - filé mignon preparado na cerveja com verduras, creme de leite e mostarda;


(2) "Cordero a la cazadora" - cordeiro patagónico com verduras, pancetta defumada e funghi; e 


(3) "Bife a la napolitana" - bife de chorizo, verduras, queijo mozzarella, pancetta defumada, pimentões assados, tomate seco e azeitonas. 


Todos os pratos têm batatas fritas como acompanhamento.
O total da nossa conta foi 950 pesos argentinos. Pagamos por 5 cubiertos (na Argentina, sentou na mesa, pagou a taxa conhecida como cubierto; para compensar, o couvert é "gratuito"), 3 pratos, vinho e refrigerantes.
Preço justo e mesa farta! Recomendo deveras!

INFORMAÇÕES:
Isabel Cocina al Disco
Endereço: Gobernador Moyano 1226 - esquina 25 de Mayo
Fone: +54 9 2966 15 617424

MI RANCHO: The very best!!!


Sem dúvida, o Mi Rancho foi o melhor restaurante em que comemos em El Calafate. Enquanto os demais restaurantes são dedicados à culinária local (cordeiro patagônico, cazuelas e comida al disco), o Mi Rancho utiliza os produtos locais, principalmente cortes de carnes exóticas, para oferecer aos comensais uma comida mais sofisticada, que pode ser até classificada como Alta Gastronomia.
O ambiente é pequenino, rústico e aconchegante, e o atendimento é excelente.
Para iniciar a comilança, além do couvert, composto por uma cesta de pães, quentinhos e bem fofinhos, e patê cremoso e aromatizado, pedimos uma salada de folhas verdes com camarões salteados com pancetta e amêndoas. Ingredientes tão distintos, mas que resultaram num sabor incrível.
Falamos que iríamos dividir, e eles já serviram a salada em 2 pratos montados. Um primor! Sem contar que a quantidade servida em cada recipiente parecia uma porção inteira.
Na verdade, os pratos deste restaurante são muito bem servidos, podendo ser facilmente compartilhados.




De prato principal, escolhi o "Bondiola de Cerdo con ensalada fresca, manzanas asadas y salsa de mostaza". Corte alto e saboroso de carne suína, servido com salada de tomate, pepino e milho, maçã verde assada e molho de mostarda. Arrisquei e me dei bem! Composição harmônica e deliciosa.


Na hora da sobremesa, escolhi um doce preparado com uma fruta típica da região: o crème brûlée de rosa mosqueta. O creme era de doce de leite e, no lugar do açúcar, havia geleia de rosa mosqueta maçaricada. Bem diferente do clássico francês, o creme estava muito gostoso. Um reestudo gastronômico, utilizando produtos locais. Amei!


Comemos maravilhosamente bem no Mi Rancho. Pena que fomos na última noite, assim, não tivemos a oportunidade de repetir a dose. O que certamente teríamos feito.
Eles fecham aos domingos e não aceitam cartão.
É importante fazer reserva! Passe por lá no dia anterior ou peça para que o hotel agende a sua visita ;o)

INFORMAÇÕES:
Mi Rancho
Endereço: Gobernador Moyano 1089 - Esquina 9 de Julio
Fone: +54 2902 49-0540

KAU KALESHEN: Pequeno notável!


No site de viagens TripAdvisor, o Kau Kaleshen está classificado como 3º melhor restaurante de El Calafate (em primeiro lugar, está o Mi Rancho, e, em segundo, o Isabel Cocina al Disco). Todavia, ele é qualificado como “Casa de Chá”. Assim, como não tinha a intenção de tomar chá às 5 da tarde e jantar às 8 da noite, não fiquei empolgada para conhecê-lo. Mas, como se diz por aí, a vida dá voltas...
No dia em que chegamos a El Calafate, estava fazendo muitooo frio e eu e minha mãe ficamos com vontade de comer um Fondue na hora do jantar. Passamos em frente ao pequenino Kau Kaleshen e uma placa indicava que eles serviam a iguaria. Então, resolvemos fazer uma reserva.
Chegamos às 20:00 horas, e o pequeno salão ainda estava vazio. Aos poucos, as pessoas foram chegando e ocupando as outras mesas.
Havia apenas uma garçonete, mas ela conseguia dar conta de todos os clientes.
No couvert, foi servida uma cestinha com mini ciabatas, temperadas com alecrim, e fatias de focaccia, salpicadas com pimentas do reino e calabresa. Essa última não ficou apimentada e era bem saborosa. Os pãezinhos vieram acompanhados de homus, temperado com páprica e azeite. Uma combinação que deu certo.


De entrada, pedimos um carpaccio de vegetais grelhados com salada de folhas verdes e laranja. Eu que não sou fã de abobrinha nem de berinjela, aprovei o preparo do prato.


O Fondue de queijo estava D-I-V-I-N-O!!! Bem servido (dava para 3 ou 4 pessoas) e com o queijo um tantinho puxa-puxa (meio borrachudinho... eu adoro, pois cobre o pão todo!). Porém, achei estranho alguns dos acompanhamentos que foram servidos, como, por exemplo, a salsicha, o salsão e o tomate cereja. Comi com pedacinhos de pão, como já é de praxe, e com as rodelas de cenouras cozidas.  


Caso esteja em El Calafate e queira comer um bom Fondue, você já sabe aonde ir: Kau Kaleshen.   

INFORMAÇÕES:
Kau Kaleshen
Endereço: Gobernador Gregores 1256 (entre Bustillo y 25 de Mayo)
Fone: +54 2902 49-1188

CASIMIRO BIGUÁ PARRILLA & ASADOR: Para comer “Cordero Patagónico”!


Fomos ao Casimiro Biguá Parrilla & Asador para comer o tradicional Cordeiro Patagônico, que eles (e vários outros restaurantes) intencionalmente assam expostos para a calçada.


O restaurante tem uma ambientação sofisticada, mas o atendimento precisa ser mais ágil. Eles até colocaram nas mesas aquele dispositivo de apertar e chamar o garçom, mas tinham 3 na nossa mesa e nenhum deles funcionava. Tínhamos que chamar o garçom quando ele passava. Ele até conversava um pouco, se puxássemos assunto. Mas, embora o restaurante estive apenas com metade da capacidade ocupada, ele parecia sempre com pressa. Pedimos manteiga e ele responder qualquer coisa se distanciando, e nós não entendemos o que foi dito. O fato é que a manteiga nunca chegou a nossa mesa.
O destaque ficou com a comida, que é muito boa!!!
Além do couvert (bem simples!), provamos a provoleta de entrada. A apresentação estava muito bonita, com duas rodelas de tomate em cima. O queijo provolone foi assado de forma graciosa, estava bem crocante por fora e derretido por dentro. Uma explosão de sabor e crocância!



Preciso contar o que eu escolhi de prato principal?!?!
O Cordeiro Patagônico é servido no ponto de cozimento escolhido, e em vários cortes distintos. Pedimos ao ponto e a carne estava extremamente macia e com o sabor característico do cordeiro. O acompanhamento é pedido à parte.



O restaurante é bem localizado, na avenida principal de El Calafate (Av. del Libertador). Então, é bem fácil encontrá-lo.

INFORMAÇÕES:
Casimiro Biguá Parrilla & Asador
Endereço: Av. del Libertador 993
Fone: + 54 2902493993

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Restaurantes em Buenos Aires:
2- Oviedo;
3- Aramburu;
4- Tegui.

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