quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

BRUNCH CANTAREIRA: Satisfação em receber!!!

Tem pessoas que, simplesmente, são dotadas do dom de "receber". Munidas de duas informações (horário do encontro e quantidade de convidados), conseguem projetar todo o evento em questões de segundos: a decoração que terá, o que será servido, como os convidados serão recepcionados e como serão entretidos. No entanto, o mais importante, é que essas pessoas criam uma atmosfera naturalmente agradável e envolvente, que fazem com que os convidados se sintam privilegiados e extremamente alegres em poder participar daquela reunião.
O casal formado pela Patrícia e o João Luiz é exatamente assim. Com uma casa incrível, no belo cenário da Serra da Cantareira, eles construíram um salão de festas para recepcionar os familiares e os amigos. E, neste espaço, uma vez por mês (geralmente no segundo domingo), realizam o Brunch Cantareira, que, hoje, também é aberto a pessoas de fora do ciclo social do casal, mas que queiram vivenciar esta experiência. 
Na entrada do mencionado salão, não pude deixar de notar a presença de um painel, montado com peças de cerâmica, que roga: "Abençoada seja esta morada por sol e chuva, labor e repouso, brisas benfazejas, luares serenos, visitas queridas, mentes abertas. Consagrado seja este espaço a um modo de vida que nos faça inteiros". 
Com essa leitura, já pude ter uma ideia do jeitinho dos donos da casa. Pessoas iluminadas, de espírito leve e mente aberta, dispostas a propagar o bem e disseminar a paz. E que, no decorrer do brunch, seguem à risca o ensinamento de Brillat-Savarin, em “A Fisiologia do Gosto”, de que entreter um convidado é encarregar-se de sua felicidade durante o tempo todo em que estiver sob o seu teto.


As reservas para o evento são feitas através do endereço eletrônico “brunchcantareira@uol.com.br”. Pelo e-mail, a Patrícia passa todas as informações pertinentes, dentre as quais: valor (nós pagamos R$ 79,00 por pessoa) e cardápio do dia. O Brunch Cantareira comporta 68 pessoas. E, já que o objetivo é socializar, o sistema aplicado é o de compartilhamento de mesas, que possuem 4, 6 ou 8 lugares. O brunch tem início às 11:00 horas e término às 15:00.
Chegamos ao local uns minutinhos antes das 11:00 horas e fomos recebidos pelo João, que nos levou até a salinha de espera e nos informou onde ficava cada cantinho da casa que poderíamos desfrutar. Tudo muito charmoso, com uma decoração romântica e retrô. Vou mostrar cada um deles para vocês.
Vamos começar pelo salão de festas, local onde foram servidas as comidas, no esquema de buffet, e onde se concentrava a maior parte das mesas. A ambientação parece de uma sala de jantar de uma grande fazenda, decorada com extremo bom gosto, resultando num espaço alegre e acolhedor.






No salão, há um Mezanino bem convidativo para uma siesta.



No entanto, caso você prefira tirar um cochilinho ao ar livre, não tem problema. Você pode fazê-lo numa das redes que compõe o redário da casa.

  
O redário fica no corredor localizado atrás dessa singela fonte.


Não falta personalidade aos banheiros que ficam ao lado do salão. Dá só uma olhada!




Nos banheiros do térreo, o toque pessoal foi dado no corredor que os separa.


Cada cantinho da casa recebeu um tratamento especial.


Para “passear”, há o Largo do Chafariz...


...e o Orquidário.




Às 11:00 horas, foi servido um café da manhã completo, em estilo colonial. Para beber, havia café, leite, chás variados, água, água aromatizada e sucos de caju e maracujá; para comer, pãezinhos franceses integral e normal, um macio e saboroso pão de mandioquinha, pão de queijo, pão lua de mel (recheado de creme e coberto de coco ralado), salada de frutas, iogurte natural tipo grego, granola caseira, ovos mexidos, salsichas ao molho de tomate, manteiga, requeijão, geleias, queijo muçarela, queijo branco, presunto magro, peito de frango defumado, bolos de aipim, maracujá e banana, e caldas de chocolate e banana.





Uma comidinha fresca e saborosa, que conforta a alma, preparada com muito carinho pelo Chef Fábio Ferreira.
Por volta das 13h15min, o almoço foi servido: Salada de folhas verdes com tomate semi seco, abobrinha grelhada, manjericão e queijo gorgonzola, com molho balsâmico e pães placa de aveia e gergelim; Quiche de alho poro com cogumelos frescos; e Farfalle ao molho bechamel com lascas de salmão grelhado e ervas frescas.



Às 14h30min, foram oferecidas duas opções de sobremesa: Tarte Tatin de maçã (com suculentos e carnudos pedaços da fruta) e Trifle de frutas da estação com chantilly e creme pâtisserie.




Para finalizar, havia licores caseiros, confeccionamos pela tia da Patrícia.


Amei! Amei! Amei!
Depois de 1 hora e meia de estrada, parecia que tínhamos nos tele-transportado para um retiro espiritual, um lugar alto-astral, repleto de energia positiva e que te faz se sentir bem. A Patrícia é uma daquelas pessoas que irradia luz e alegria, conversadeira, tem o dom de receber bem e com charme. E o João é solícito, simpático e verdadeiro.
Se conseguirmos vaga, voltaremos em fevereiro :o)


INFORMAÇÕES 
E-mail para contato e reserva: “brunchcantareira@uol.com.br”.


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domingo, 13 de novembro de 2016

"A Casa do Porco Bar": Uma Ode à Carne Suína!


Eu vou começar este post de uma maneira diferente. Vou inicia-lo fazendo alguns questionamentos. O primeiro deles é: “Quantas vezes você foi a um restaurante e encontrou carne suína no cardápio?”. Esqueça o bacon que complementa o hambúrguer gourmet ou que é salpicado sobre a batata frita com cheddar. Também não leve em consideração o torresmo servido com a feijoada ou a pancetta utilizada no preparo do Spaghetti alla Carbonara. Eu quero saber quantas vezes você viu, no menu de um restaurante, o porco sendo a atração principal. Provavelmente pouquíssimas. A não ser que você more na Alemanha (rsrsrs).
Outra indagação: “E, das vezes em que você encontrou a carne suína brilhando no cardápio, quantas vezes a sua escolha recaiu sobre ela?”.
Eu me lembro que, quando era criança, meu pai costumava pedir, em restaurantes chineses, o "Porco Agridoce", e eu sempre compartilhava este prato com ele. Adorava aquela massa fofinha por dentro e meio borrachuda por fora, recheada com uma carne de porco, provavelmente de segunda, e coberta por um molho vermelho e lustroso.
Hoje, já encontramos partes mais nobres sendo comercializadas, como o filé suíno e a picanha.
Dos posts que escrevi aqui no blog, recordo-me de ter pedido filé mignon suíno no restaurante Le Bife. Porém, isso aconteceu porque fui ao estabelecimento durante a “Restaurant Week” e esta foi a opção que mais me agradou. Se eu pudesse selecionar qualquer coisa do cardápio, dificilmente esta teria sido a minha escolha.
A verdade é que, além das religiões que proíbem a sua ingestão, há pessoas que ainda têm receio de consumir carne de porco, pois acreditam que são muito gordurosas e, principalmente, podem transmitir doenças. Assim, o porco nunca fez muito sucesso na mesa do brasileiro.
Contudo, tal fato não foi capaz de intimidar o ousado, criativo e genial Chef Jefferson Rueda, que resolveu explorar o porco em sua integralidade (do focinho ao rabo), dedicando todo o cardápio de um bar a pratos preparados exclusivamente com tal iguaria.
Jeffim, como é carinhosamente conhecido, é daqueles profissionais que dispensam apresentações. Já está no mercado gastronômico há mais de 20 anos, comandando estabelecimentos badalados e angariando muitos prêmios. Recentemente, A Casa do Porco Bar ingressou na lista dos melhores restaurantes da América Latina na 24ª colocação. A posição mais alta atingida por um estabelecimento estreante no ranking. E foi eleito, pela edição especial "Veja Comer & Beber - São Paulo 2016/2017", como o bar com a melhor cozinha da capital paulista. 
O que Jeffim faz com o porquinho? Só indo até lá para ver! É algo surreal! E o cardápio não é enxuto! Pelo contrário, é extenso e repleto de preciosidades. 
A casa tem ambiente de bar. Todavia, com fornecedores escolhidos a dedo e ingredientes frescos e de qualidade, Rueda, caipira de São José do Rio Pardo, se vale de sua memória afetiva e dos seus conhecimentos técnicos, inclusive de açougueiro, para preparar pratos que poderiam facilmente ser servidos em qualquer restaurante sofisticado do mundo.
Lá, come-se maravilhosamente bem. E o atendimento também é condizente com o de estabelecimentos estrelados, com garçons simpáticos, muito atenciosos e solícitos, que fazem de tudo para agradá-lo. Fomos atendidos pela fofa garçonete chamada Luana, que, ao final do seu turno, foi substituída pelo prestativo Diego.
Nós já tínhamos tentado ir à Casa do Porco no começo do ano, mas a lista de espera era tão sem noção, que a gente desistiu e foi almoçar no “Bar da Dona Onça”, que é comandado pela Janaína Rueda, esposa do Jeffim, e é outro “boteco” que merece a sua visita. Desta vez, chegamos às 18h10min, dispostos a aguardar. Por uma mesa para três pessoas, esperamos cerca  de uma hora.
O legal é que eles têm uma janelinha virada para rua, por onde comercializam sandubas, porcopoca (torresminho num saquinho de pipoca) e alguns drinks. Enquanto esperávamos, o Daniel tomou uma cerveja “Horny Pig” e eu provei a sangria, tudo de frente para o açougue da casa.


No cardápio, a primeira coisa que se ler é: “Se você estiver curioso para experimentar um monte de pratos, peça de tudo um porco! Fale com o garçom”. E foi exatamente o que nós fizemos! Conversamos com a Luana e optamos pelo “Menu Degustação”, que é servido em 10 etapas e custa R$ 100,00 por pessoa. Aqui, a degustação é ágil e os pratos são saborosos. Nada de passar 3 horas comendo e sair reclamando do gosto dos pratos. Outro detalhe: se alguém que estiver com você não quiser fazer a degustação, não tem problema, eles não exigem que todos na mesa a apreciem.
Começamos com a charcuteria. Foram servidos o “Presunto Real Rueda” e o “Embutido de Cabeça”, ambos produzidos no bar. Para acompanhar, pão de fabricação própria, compota de cebola caramelizada, sementes de mostarda com tucupi e rabanetes em conserva. O Presunto Real nada mais é do que o Presunto Royale, que foi servido em grossas e suculentas fatias. O Embutido era untuoso e sem sabor, não faria questão de repetir. Os rabanetes tinham o gosto forte; a cebola tinha a doçura equilibrada pela acidez; e a mostarda era bem convidativa.



Em seguida, foi a vez de experimentar o Tartar de porco (maturado) com manteiga de tutano e pó de cogumelo, servido sobre telha de pão crocante. Uma combinação leve e graciosa. Ah... e não precisa ter medo de comer o porco cru, pois, quando o mesmo é adquirido de um criador certificado, não há risco de transmitir doença.


Na etapa seguinte, recebemos Sushi de papada de porco. O arroz Gohan tinha o típico sabor agridoce. A fina fatia de papada foi besuntada com tucupi preto e presa ao bolinho de arroz com uma tirinha de nori (alga marinha). Minhas papilas gustativas identificaram vários sabores, como azedo, amargo e apimentado, mas o resultado total não foi agradável. Numa próxima visita, eu pulo esse canapé.
Ainda com toques orientais, nosso próximo petisco foi uma costelinha de porco salpicada com algas marinhas e servida numa cestinha de alface romana, recheada com arroz Gohan. A costelinha estava macia e saborosa, embora o sabor do molho parecesse com o do sushi acima descrito.


A primeira vez que comi morcela (linguiça de sangue) foi no restaurante Tegui, de Buenos Aires, e eu senti repulsa ao ingerir aquilo. Tanto, que nem queria pedir o próximo passo da degustação na Casa do Porco, que era intitulado “#sangueéingrediente” e se tratava de sanguiça de sangue com tangerina e broto orgânico. No entanto, como eu teria o desconto de apenas R$ 2,00 no preço do menu, o Daniel me encorajou a prová-la e ainda bem que ele fez isso, pois a criação me surpreendeu. Em uma telha de pão negro, foi espalhada uma pasta de sanguiça, resultando numa crocância incrível, de sabor marcante e atraente. Valeu ter feito o esforço e apreciado!


O “hors coucours” da noite, por unanimidade, foi o Pão chinês no vapor com barriga de porco, picles de cebola roxa defumada, pimenta fermentada e brotos de agrião. O pão era tão fofinho e leve quanto uma bolinha de algodão. E, apesar da combinação ser picante, eu, que não curto muito pimenta, não conseguia parar de comê-la e queria repeti-la e repeti-la. Gente, que coisa gostosa!!!! Se você for a Casa do Porco, ainda que não participe da degustação, não deixe de experimentar esta fantástica criação do Chef Jefferson Rueda.


Depois, foi a hora do Croquete de porco, servido com pimenta fermentada e sementes de mostarda com tucupi. Crocante e sequinho por fora e com o recheio bem molhadinho.


O passo seguinte do Menu Degustação foi um reestudo do “Virado à Paulista”. Telha de pão crocante com pasta de feijão, carne de porco e linguiça desfiada, tartar de banana, brotos de couve e ovo de codorna. A perfeita harmonia entre os ingredientes e as texturas proporcionam um intenso prazer a quem o saboreia.


Então, chegou a hora da entradinha que é a mais clicada do restaurante: o “Torresmo de pancetta com goiabada”, finalizado com flor de sal, picles de cebola roxa defumada e brotos orgânicos. Confesso que, quando via as fotos no Instagram, pensava: “Que coisa estranha!”. Mas a realidade é que é muito bom! A goiabada é picante e levemente salgada. E a pancetta (Ah! A pancetta!) é carnuda e saborosíssima. A composição ornou (rsrsrs)!


Para finalizar, foi servida a grande estrela da casa, o “Porco San Zé”, que pode vir acompanhado de tutu de feijão, tartar de banana e couve, ou de cuscuz de legumes e hortaliças na brasa. Nós escolhemos a primeira opção, tutu cremoso, couve temperada com limão e uma farofinha sensacional. O porco é assado inteiro, por 8 horas, em uma churrasqueira especial. A carne se desfia de tão macia e exala um sabor inigualável. Com certeza, é outro prato que não pode ser ignorado pelo comensal.


Não estão incluídas sobremesas no Menu Degustação. Ao finalizá-lo, eu já estava satisfeita, mas já tinha visto tantas vezes o Pudim de leite com chantilly de caramelo e algodão doce no Instagram, que não podia deixar de prová-lo. A apresentação é bela, contudo, embora seja bom, tanto o pudim quanto o algodão doce são açucarados em demasia. Juntos, a doçura em excesso torna praticamente impossível a consumação por apenas uma pessoa.


Ir ao estabelecimento “A Casa do Porco Bar” é ter a certeza de que encontrará pratos bem elaborados e inovadores, preparados com o coração e exalando sabores claros e confortáveis; é ter a certeza de que será bem atendido; e, principalmente, de que sairá satisfeito e encantado com a experiência. Por isso, não pense, nem espere, simplesmente, VÁ! Vá ser agraciado!   


INFORMAÇÕES:
A Casa do Porco Bar
Rua Araújo, 124, Centro, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3258-2578


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terça-feira, 25 de outubro de 2016

MISS SAIGON: viaje pelos sabores do Vietnã!




Eu moro em São Paulo há 8 anos e o que mais me encanta nesta cidade é o resultado provocado pela diversidade cultural e econômica da sua população. Nas Ruas 25 de Março e José Paulino, há o comércio popular; na Rua Oscar Freire e nos Shoppings Iguatemi, Cidade Jardim e JK, o mercado de luxo. Nas casas de shows, há espetáculos de músicas clássica, rock, pop, MPB, sertanejo, pagode e funk. Teatros e cinemas exibem musicais, drama, comédia, terror e romance. Há templos que cultuam as mais distintas religiões. E há restaurantes. Muitos restaurantes! Das mais tradicionais e das mais exóticas gastronomias mundiais. Aqui, todos os bolsos e gostos têm vez. É impossível não achar uma atração que seja do seu agrado!
Estando em São Paulo, consegue-se dar uma volta ao mundo através da gastronomia. E a nossa parada, desta vez, foi o Vietnã, através do restaurante “Miss Saigon”, que oferece ao comensal uma culinária leve e que exala frescor.
Para garantir a nossa mesa, fiz a reserva através do site do estabelecimento. Nós fomos na unidade de Moema, no domingo em que teve início o horário de verão. Chegamos às 13:00 horas e estava muito tranquilo de conseguir lugar. Às 14:00 horas, o salão foi tomado pelos clientes.
O ambiente é simples, mas tem uma decoração alegre e agradável, com as paredes tomadas por bambus e tinta amarela. 


Quem levou os cardápios à mesa foi um jovem simpático (não sei se é o filho dos proprietários), que perguntou se já conhecíamos a casa. Como respondemos que não, ele nos apresentou o cardápio inteiro, dando uma breve ideia do modo de preparo e dos ingredientes de cada prato.
Para aquecer os motores, pedi uma “Vietnam House Margarita” (sake, curaçau blue, limão e sal) - R$ 20,00. O licor harmonizou muito bem com o limão e a substituição da tequila pelo sake deixou a mistura mais suave e agradável.


Influenciada pela culinária chinesa, a vietnamita também compartilha a teoria dos cinco sabores (amargo, azedo, picante, doce e salgado), que preconiza que um prato pode ser dominado por um ou dois dos cincos sabores, mas que todos eles devem estar presentes, compondo um todo harmônico. E em algumas comidas que provei no Miss Saigon, pude sentir esse jogo equilibrado de sabores.
Vamos aos quitutes! 
De entrada, minha irmã e meu cunhado pediram “Chà Giò” (rolinho primavera) - R$ 45,00 a porção com 8. E eu aproveitei e também experimentei. A apresentação do prato era bem mimosa, com os rolinhos e as folhas de alface dispostos em duas cestinhas de palha, decoradas com um chapéu cônico vietnamita. 


Quando entregou o prato, o garçom nos ensinou a degustá-lo. Deveríamos pegar uma das folhas de alface e, sobre ela, colocar um quadradinho de pepino e outro de cenoura (estavam cortados à Julienne); acrescentar 2 folhinhas de hortelã, o rolinho e o molho desejado; por fim, enrolar como se fosse um wrap e comer. O rolinho é assado e, com os legumes e o hortelã, ficou saudável e extremamente leve.


Eu e o Daniel fomos um tantinho exagerados e, para começar, pedimos o “Mix Miss Saigon” (R$ 79,00), que era um mix com todas as entradinhas da casa: “Gòi Cuôn” (rolinho primavera fresco, com massa de espaguete de arroz e recheado com camarão, carne suína e salada), “Chà Giò” (rolinho primavera"), “Chao Gà” (espetinho de frango no bastão de cana-de-açúcar), espeto de carne enrolado com talo de erva cidreira e salada de mamão verde. O garçom informou que o mix servia duas pessoas, mas teria sido suficiente para os 4.
O rolinho fresco era meio sem gosto, precisando ser complementado pelo molho de amendoim, que imprimia sabor. O frango espetado na cana-de-açúcar parecia uma almôndega, pois a carne era processada. O sabor dominante no espetinho de carne era o azedo. E o destaque da porção ficou com a salada de mamão verde, composta, também, por cenoura, cebola, amendoim e frango; por ser refrescante é ideal para ser degustada num dia de verão.


Embora fizesse calor, escolhi, de prato principal, o símbolo da cozinha vietnamita: a sopa leve e perfumada chamada “Phò”, que é preparada com caldo de carne, macarrão de arroz e finas fatias de carne. De acordo com o “The Food Book” (“O Livro da Comida”), da editora Lonely Planet, “it is Vietnam in a bowl”. Numa tradução livre, “é o Vietnã numa cumbuca”.
Catalogada no menu entre as “noodles soups”, a “Phò Bò” (R$ 42,00) estava descrita assim: “talharim de arroz com fina fatia de carne, bolinho de carne, cebolinha em caldo especial, acompanhada de mix de salada e molho”.
O caldo, que leva quase 24 horas para ficar pronto, é o que confere aroma à sopa. Ele é preparado com a carcaça (ossos) do boi e perfumado, dentre outras especiarias, com gengibre, anis e canela. À parte, são oferecidos limão, pimenta dedo-de-moça, brotos de feijão e folhas frescas de coentro e hortelã, para quem quiser dar um toque pessoal a sua sopinha.
Mesmo servida quente, é refrescante e muitooooo aromática. O pessoal achou insossa, mas eu achei que as especiarias conferiram um sabor legal e reconfortante, sem que fosse necessário adicionar mais sal ou qualquer outro condimento.


Depois dessa comilança toda, não consegui provar nenhuma das sobremesas.
A culinária vietnamita ainda é desconhecida no nosso País, não estando integrada ao nosso cotidiano e a nossa alimentação. Desde de criança, a minha família costumava pedir comidas chinesa e árabe em casa e, na adolescência, fui apresentada à cozinha japonesa. Porém, nunca havia provado nada da gastronomia vietnamita. E acredito que, salvo raras exceções, essa é a realidade do Brasil. Por isso, embora a comida seja gostosa, não nos conecta ao nosso alimento interior, construído pela nossa história e por nossas recordações. Mas, ainda assim, devemos dar uma chance ao restaurante Miss Saigon, que oferece uma comida mais saudável, preparada sem utilizar muito óleo, com ingredientes frescos e de boa qualidade, resultando em pratos leves e muito saborosos. Vá sem medo e desfrute o novo!

INFORMAÇõES:
Miss Saigon – Unidade Moema
Alameda dos Jurupis, 1374
(11) 4564-1419

Miss Saigon – Unidade Bom Retiro
Rua Três Rios, 430
(11) 2645-2600

Outros restaurantes de culinária asiática em São Paulo:

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