sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Para celebrar o amor, "Era Uma Vez Um Chalezinho"!

Não era nenhuma data significativa para nós, mas tínhamos comprado, no site de compras coletivas "Groupon", um voucher que dava dava direito a uma fondue salgada e outra doce, e, por isso, fomos jantar no restaurante "Era uma vez um Chalezinho", que se autoproclama o "templo dos corações apaixonados".
Localizado no bairro do Morumbi, longe do circuito tradicional Jardins-Itaim-Moema, o Chalezinho, como é carinhosamente chamado pelos clientes, é um lugar onde o amor é exaltado, e, por isso mesmo, já serviu de palco para milhares de primeiros encontros, pedidos de namoro e de casamento, e comemorações de bodas.
O diminutivo fica só no nome do estabelecimento, pois a construção é, na verdade, um gigante (capacidade para 410 pessoas), charmoso e acolhedor chalé, ao estilo suíço. No seu interior, o clima é de romance no ar, com meia-luz, velas, flores e pombinhos.
Nós chegamos por volta das 19:00 horas, numa sexta-feira, e rapidamente fomos acomodados numa mesinha redonda, com poltronas no lugar das cadeiras. Importante ressaltar que essas mesas são exceção, pois, em sua maioria, as mesas dispostas no salão  são quadradas e com cadeiras normais.


Os cardápios foram entregues e dois garçons se aproximaram, um segurando a bandeja de couvert e o outro, seguindo fielmente a lei (coisa rara de se ver em São Paulo!), apresentou o couvert, falou que ele era cobrado por pessoa e nos indagou se aceitaríamos degustá-lo. Sabendo o que viria a seguir (fondue de queijo e muitos pães), pulamos o couvert.
Em seguida, uma garçonete, segurando uma garrafa e duas taças, perguntou se desejaríamos começar com um espumante. O que também foi rejeitado. Um tantinho incomodada, pensei: "esses caras sabem vendem!".
As ofertas pararam por aí (graças a Deus! Rsrsrs) e o atendimento se revelou primoroso. Os garçons são educados, simpáticos e solícitos. E o melhor, estão sempre por perto para lhe servir, tirar suas dúvidas e trazer o que você solicitar. O Daniel até comentou que foi um dos melhores atendimentos que já recebemos. E é verdade!
A carta de bebidas é bem extensa, com diversas opções de vinhos, cervejas, destilados, coquetéis, sucos e refrigerantes. Eu escolhi o "Daiquiri" (R$ 24,20), drink de origem cubana, cuja versão do Chalezinho era composta de rum, suco de limão e gotas de groselha. A borda de açúcar na taça soou estranha, não funcionou como o sal na Margarita. Para o meu paladar, faltou groselha para dosar a acidez da mistura, mas não estava ruim.


Embora conste no cardápio pratos de massas, carnes, peixes e camarões, a casa é famosa por servir fondues, em versões salgadas (carne ao vinho, carne ao óleo e queijos) e doces.
Nossa escolha, para o prato principal, recaiu sobre a "Fondue Original" (R$ 112,50), descrita da seguinte forma: "Preparada com queijos ementhal e gruyere fundidos com vinho branco seco e kirsch, acompanhados de alguns temperos e muitos segredos... que fazem desta fondue a mais vendida na Europa, deve ser sempre mexida e consumida mais rápido que as outras, para não aderir no fundo da panela, e não perder a sua cremosidade".
Essa fondue é muito encorpada e de sabor marcante. Como o garçom nos alertou, o sabor do kirsch é forte. Para quem não tem o costume de por  bebida alcoólica na fondue, talvez o gosto incomode. E, como consta no menu, ela precisa ser consumida com uma certa velocidade. A nossa, depois de um bom tempo (não foi tão rápido assim!), começou a endurecer e já não cobria o pão de maneira uniforme. É uma boa pedida, principalmente para quem gosta de queijos suíços. Muito saborosa!
Para acompanhar, pedimos a "Batata Rösti Tradicional" (R$ 22,40), com queijo e bacon. Não estava igual às que como na Suíça, que eram redondas, robustas e com uma casquinha ultra crocante. A do Chalezinho é mais tímida, fina, servida em 4 pedaços retangulares e sem crocância, mas estava macia e com um sabor suave e agradável, que harmonizou bem com o queijo da fondue. Só não achamos melhor porque, pelo modo de preparo da Rösti, que leva batata ralada, não era possível espetar um pedacinho no garfo e levá-lo para ser banhado do queijo, já que se despedaçava todo.
  


As fondues doces são de dar água na boca, simplesmente deliciosas. Fiquei triste porque a fondue de Amarula, bem exclusiva e diferente, saiu do cardápio. Para os amantes de creme de avelã, há uma versão de Nutella.  Os fãs de chocolate se deparam com uma boa variedade, que inclui, inclusive, três fondues preparadas com chocolates da marca suíça Lindt, são elas: (1) Lindt Classic, (2) Lindt Hazelnut & Almond e (3) Lindt White Almond Nougat, todas ao custo de R$ 114,20.
Entre Nutella, chocolate e doce de leite, eu me jogo na última opção. Por isso, pedimos a fondue de "Dulce de Leche Argentino" (R$ 89,00), também há uma fondue de doce de leite mineiro (R$ 74,60).
Nossa sobremesa estava D-I-V-I-N-A! Preparada com o mais autêntico doce de leite argentino, consistente e cremosa. Para chuchar, foram servidos queijo, abacaxi, uva, morango, banana, alfajor, pão doce e biscoitos champanhe e wafer.
Fomos comendo e, um tempo depois, simpático e descontraído, um garçom se aproximou falando: "Não estou vendo mais morangos nem bananas! Vocês querem que eu traga mais frutas?". Nossa resposta: "Não! Já estamos satisfeitíssimos!". Meio constrangida, complementei: "Sei que é deselegante, mas eu não resisto! Você pode trazer uma colher?". E, com a dita cuja nas mãos, a enfiei na cumbuca do doce e a levei diretamente à boca, sem medo de ser feliz, finalizando minha noite de uma maneira deliciosa e sublime.



Para embalar o jantar dos apaixonados, há um pianista, que, além de clássicos internacionais, toca também músicas da atualidade como a "Rolling In The Deep", da Adele, e a "Sugar", do Maroon 5. É cobrado couvert artístico por pessoa.
Ambiente aconchegante, atendimento de primeira e comida caprichada resultam na fórmula de sucesso que é o "Era Uma Vez Um Chalezinho".
No final, a conta pode assustar, mas, na companhia certa, a noite será inesquecível e, com certeza, você vai desejar voltar.

INFORMAÇÕES:
Era Uma Vez Um Chalezinho
Rua Itapimirum, 11, Morumbi
Fone: (11) 3501-9322

#EraUmaVezUmChalezinho #Chalezinho #fondue #gourmet #gula #gastronomia #foodie #foodblogger #SãoPaulo

Para comer fondue nos Estados Unidos, recomendamos o “The Melting Pot”.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Para quem tem fome de música: Brooklyn Restaurante!

O Brooklyn Restaurante abriu as portas em 09/09/99 (data cabalística? Não sei! Mas coincidentemente é o dia do meu aniversário... Rsrsrs) e se destacou no cenário paulistano por causa dos seus garçons, que, além de anotarem os pedidos e servirem as mesas, cantam e dançam.
Fazia muitos anos que eu não frequentava a casa, mas me recordo que tudo funcionava conforme idealizado, com os cantores servindo as mesas e, de meia em meia hora, parando o atendimento para realizarem as apresentações. A ideia era muito bacana, pois permitia a interação entre o público e os artistas. No entanto, infelizmente, parece que essa essência se perdeu. Na última visita, no dia 12/02/16, exceto por uma das cantoras, que vi passando com um prato na mão, não vi nenhum dos outros "garçons cantores" servirem nada e nenhum deles chegou até a nossa mesa. Conclusão: agora, há garçons e há cantores, mas cada um desempenha a sua função sem miscigenação.
O estabelecimento só funciona na hora do jantar (20:00 às 01:00), que, é importante ressaltar, tem um custo bem elevado, principalmente se consideramos a qualidade da comida oferecida, que é apenas aceitável. Nós tínhamos comprado um cupom, no site de vendas coletivas "Peixe Urbano", por R$ 154,00, que dava direito a um jantar para duas pessoas, composto por couvert, salada, prato principal e sobremesa. Levando em consideração exclusivamente a comida, sem o cupom, teríamos gasto R$ 296,00 para comer exatamente a mesma coisa. E, embora a comida já seja cara o suficiente, o comensal ainda desembolsa R$ 40,00 de couvert artístico (preço justo pelo nível da apresentação).
A casa tem uma ambientação clean e sofisticada. A fachada simula um dos típicos prédios de 3 andares do Brooklyn nova-iorquino. Os garçons são educados, mas o atendimento é lento e, às vezes, um tanto confuso.
Para beber, escolhi o coquetel rotulado como "Cingapura Slim" (gin, suco de limão e licor de cereja). O licor não era doce, mas neutralizou bem a acidez do suco, resultando numa mistura bem interessante.


O couvert foi rapidamente servido assim que chegamos e nos acomodamos. Era composto de pães quentinhos e macios, produzidos no próprio restaurante, acompanhados de patê, compota de berinjela e manteiga. Tudo fresquinho e com um toque de ervas.


Eram duas as opções de salada: (1) salada de folhas variadas, tomate confit, queijo coalho com orégano e mel, uvas verdes e molho de iogurte; e (2) salada Caeser em cesta de parmesão e crocante de presunto cru. Fiquei com a segunda opção. A salada foi servida no prato e não na cestinha de parmesão, que, na verdade, eram telhas de parmesão no formato de triângulos. Haviam dois molhos, o Caesar, com sabor extremamente forte de anchova, e uma redução de vinagre balsâmico. Apesar da dupla, a sensação era que faltava molho para besuntar o alface. Resultado: tentativa frustrada de sofisticar a salada, pois foi a pior Caesar que já comi na vida.


Na hora do prato principal, fui no tradicional "Medalhão com Fettuccine ao molho Alfredo". A carne estava macia e foi servida com um molho madeira encorpado e um tantinho adocicado. A massa em si estava saborosa e com o ponto de cozimento perfeito. No entanto, mais uma vez, a quantidade de molho era insuficiente. E seu sabor inexpressivo.


Para adoçar a noite, escolhi o "Merengue de frutas vermelhas", que apresentou tropeços e acertos. A taça em que a sobremesa foi servida funcionava visualmente. Porém, representava um obstáculo para quem iria degustá-la. Apertada, não proporcionava mobilidade nenhuma para que o comensal se servisse de todos os componentes do doce. Tinha muito mirtilo, uma frutinha meio sem graça. E o suspiro não esbouçava frescor. O que salvou a sobremesa foram as framboesas, a calda de frutas vermelhas e o sorvete de creme. Esta mistura, sim, valeu cada caloria consumida.


O espetáculo da noite, literalmente, foram os "spots" de musicais da Broadway e de clássicos internacionais. Em que pese haver uma desafinada aqui e outra ali, não há como negar que os cantores são talentosos e cheios de charme. Cantam, dançam e conquistam a todos, que se divertem, riem, aplaudem e esquecem da vida enquanto curtem o show.




A seguir, listo todas as músicas tocadas e cantadas durante o meu jantar.

1º ato (às 21:24)
Miss Cele's Blues - Sister (Emiliana Torrini)
Hopelessly Devoted To You (Grease)
One (A Chorus Line)

2º ato (às 22:04)
Cabaret (Connie Francis) - "Hoje à noite é para você" (adaptação Brooklyn Restaurante Staff)
All I Ask Of You (O Fantasma da Ópera)
Age Of Aquarius (The Mamas and The Papas)

3º ato (às 22:32)
Unforgettable (Nat King Cole)
We Both Reached For The Gun (Chicago Musical)
Somewhere Over The Rainbow (O Mágico de Oz)
All That Jazz (Chicago Musical)

4º ato (às 23:22)
A Whole New World (Aladdin)
Master Of The House (Os Miseráveis)
Endless Love (Lionel Richie)
Oh Happy Day! (Mudança de Hábito)

5º ato (às 00:14)
Empty Chairs At Empty Tables (Os Miseráveis)
Mamma Mia (ABBA)
Feeling Good (Nina Simone)
Seasons of Love (Rent) 

6º ato (às 00:55)
My Funny Valentine (Frank Sinatra) 
A New Life (Jekyll & Hyde)
So In Love (Cole Porter)

A verdade é uma só: “recomendo o restaurante, única e exclusivamente, por causa das apresentações musicais. Já que, pelo mesmo preço (ou até menos), come-se muito melhor em outros restaurantes da Terra da Garoa”.
Gostamos tanto, que fomos os últimos a sair, só deixando o restaurante quando as luzes se apagaram e o show, definitivamente, acabou.
Ah... Quase que eu ia esquecendo de avisar: “Não deixe de reservar!”. Como as pessoas querem curtir os “spots”, não há rotatividade nas mesas.

INFORMAÇÕES:
Brooklyn Restaurante
Rua Baltazar Fernandes, 54 – Vila Cordeiro
Fone: (11) 5533-4999

#BrooklynRestaurante #GarçonsCantores #Music #Broadway #Gula #Gourmet #Gastronomia #Foodie #FoodBlogger


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Comendo em Gramado (Parte III): Restaurante Höppner



No sábado (23/01), primeiro dia da nossa viagem, tínhamos programado visitar a Catedral de Pedra, em Canela, e depois nos fixar em Gramado, onde apreciaríamos o Lago Negro e passearíamos pelo Centro da cidade. Nossa ideia era, no meio dessa "maratona", fazer uma longa pausa para um delicioso almoço no Restaurante Höppner. E foi exatamente isto que fizemos.
O Restaurante Höppner fica dentro do conceituado Hotel Ritta Höppner e, aos sábados e domingos, no horário do almoço, brinda os clientes com um autêntico, farto e formidável "Almoço Alemão", que custa R$ 84,00 por pessoa e funciona como um rodízio servido à mesa.
Para quem não está familiarizado com a culinária alemã, é uma excelente oportunidade de desfrutar de uma gastronomia tão rica, degustando os clássicos Eisbein (joelho de porco), chucrute (repolho fermentado), Schnitzel (espécie de bife à milanesa), Kassler (bisteca suína), salchichas bock e weiss, Spätzle (parecido com o gnocchi) e Apfelstrudel (sobremesa de maçã).
No site da casa, encontramos o cardápio completo do rodízio (foto abaixo).


Alguns desses pratos, como, por exemplo, o bife à rolê e o repolho roxo, não foram servidos no dia em  que fomos. E tivemos apenas uma opção de sobremesa.
O salão do restaurante é decorado seguindo o estilo romântico, com as mesas cobertas por toalhas no tom rosa e as cadeiras revestidas com tecido branco estampado com flores. Simplicidade, elegância, delicadeza e charme são adjetivos que podemos usar para qualificar o ambiente. Já para os garçons, podemos utilizar as expressões educados, simpáticos, ágeis e solícitos.


Para beber, como não poderia deixar de ser, o Daniel pediu uma cerveja local, chamada Gram Bier Snow. Eu fiquei com uma caipirosca de morango.



O banquete começou com uma espécie de couvert, sendo levados à mesa pães, pretzel, mostardas, patê e saladas. Os pães eram fresquinhos e macios. Uma das mostardas era escura e tinha o sabor bem forte; a outra era pastosa e levemente adocicada. Ambas muito boas! Havia também um patê de Kassler (bisteca suína defumada), bem suave e saboroso.


A salada composta de tomate, pepino e rabanete picados, com folhas de alface e molho de mostarda com mel estava muito refrescante, ideal para o calor que estava fazendo.


Já a salada de batata, Meuuu Deuuus, nunca comi uma tão gostosa! A batata estava cortada em delicados cubinhos e a maionese era diferenciada, tinha um tom bem amarelado e uma leveza incrível.


Em seguida, vieram as salsichas. Para mim, a weisswurst (salsicha alemã branca) além de anêmica, tem um sabor inexpressivo. O que falta na weisswurst, transborda na bockwurst, de cor e sabor marcantes.


O joelho de porco estava macio ao extremo, desmanchando-se ao simples toque dos talheres.


Depois, nossa mesa se renovou com as porções que foram servidas: bolinho de batata com purê de maçã, Biergoulasch, purê de batata, Spätzle de queijo, legumes grelhados e chucrute.


O bolinho de batata tem um sabor quase nulo, necessitando do purê de maçã como complemento. O purê parece o recheio do apfelstrudel, doce e suculento. O Spätzle de queijo estava divino! Pode soar um tanto sem graça, já que é uma massinha parecida com o gnocchi, temperada unicamente com manteiga. Mas foi a única porção que eu e o Daniel comemos por inteiro. A massinha é leve e irresistível.


O Biergoulasch é um cozido de carne na cerveja.


Havia muita comida e eu, obviamente, queria provar todas, mas, como imaginava que não aguentaria, exclui o purê de batata da degustação, pois, pelo aspecto, não acreditei que seria muito diferente dos nossos.
O chucrute me surpreendeu, pois não era azedo como costumam servir no Brasil, era levemente adocicado e bem comestível (rsrsrs). Os legumes grelhados (cenoura, brócolis, couve-flor, tomate cereja e aspargos) estavam bem temperados e agradáveis.


O pato ao molho de frutas vermelhas se revelou uma doce combinação. A carne de pato é escura, mas magra e macia. E o molho harmonizou perfeitamente.


Acabei não tirando foto do Schnitzel (snif!). Na Áustria, o Schnitzel, espécie de bife à milanesa, é preparado com carne de vitela; mas achamos que o servido no Restaurante Höppner foi feito com carne suína. O bife estava sequinho e acompanhado de molho encorpado, com sabor de alecrim.
Eu não conhecia a Kassler (bisteca suína) e fiquei encantada. Rosada, ela parece um bacon carnudo ao extremo e sem gordura. Bem cozida, se desmancha de tão macia e exala um sabor maravilhoso. Super aprovada!


Na hora da sobremesa, Apfelstrudel com sorvete de creme ou nata  (creme de leite fresco batido). Perguntei ao garçom se não poderia ser uma bolinha de sorvete e um tantinho de nata, e ele falou que sim. Uma maneira doce e simples de terminar a refeição.


Ambiente tranquilo e charmoso, atendimento acolhedor e uma sucessão de comidas ricas e saborosas. Certamente valeu a pena fazer esse break no passeio e nos deliciarmos com essas iguarias alemãs. Retornando a Gramado, o Restaurante Höppner não ficará de fora da nossa programação.

Informações:
Restaurante Höppner
Rua Pedro Candiago, 364, Planalto, Gramado – RS
Fone: (54) 3286-7707

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Leia também sobre outros restaurantes em Gramado:



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Comendo em Gramado (Parte II): Restaurante La Table D'or Mediterranée

Quando começamos a programar nosso feriadinho em Gramado, rapidamente cheguei ao “La Table D'or Mediterranée”, que, na época, estava cotado como o melhor restaurante de Gramado pelo site de turismo TripAdviso. As avaliações eram tão positivas, de pessoas tão deslumbradas com o serviço e a qualidade da comida, que imediatamente fiquei interessada.
Entrei no site da casa, vi o cardápio, achei o preço condizente com o que era ofertado e acabei por fazer uma reserva, com dois meses de antecedência.
Chegando lá, o atendimento realmente foi de primeira. Com a hostess abrindo a porta para nós, nos levando até à mesa, puxando a cadeira para mim e guardando a minha bolsa. Os garçons também foram muito polidos e pacientes, tirando todas as nossas dúvidas. E a decoração clássica, nas cores preto e prata, revelou-se um verdadeiro charme. Pensei: “a noite promete!”.
No entanto, bastaram que os pratos começassem a desfilar pela nossa mesa para que percebêssemos que alguma coisa estava errada. A comida, sem dúvida, era bem apresentada; porém, com alguns exemplares insossos e de execução irregular, e nenhuma delas extremamente saborosa.
A casa trabalha com serviço à la carte; “Menu Sugestão”, em que, dentre várias opções, o comensal escolhe duas entradas, um prato principal e uma sobremesa, pagando R$ 85,00; e um “Menu Degustação” em 8 etapas ao custo de R$ 98,00.
Quando o garçom entrega os cardápios, com o auxílio de um iPad, explica todas estas possibilidades, exibindo as fotos de todos os pratos. A técnica, a princípio, agrada, afinal, comemos primeiro com os olhos. Todavia, antes que ele chegue na metade da demonstração, você já está entediado(a) o suficiente, a ponto de torcer que ele acabe logo e te deixe à sós com o(a) seu(ua) parceiro(a).
Eu e o meu marido optamos pelo Menu Degustação, que teve início com o “Consommé Méditerranée”, consommé de alho-poró ao creme e ervas finas. Dizem as más línguas que o caldo entitulado de consommé não passa de uma água suja (rsrsrs), o que eu não posso discordar. Por isso, achei bem interessante a proposta do Chef de incrementá-lo com um creme e aromatizá-lo com ervas, o que o tornou mais robusto e sutilmente temperado.


Em termos de beleza, achei que o prato seguinte foi o que mais se destacou: “Champignon Paris”, champignon Paris com recheio de catupiry e parmesão ao Sauvignon Blanc e ervas finas. A apresentação estava linda, mas achei o prato bem sem graça. Não tinha sabor de catupiry nem de parmesão, só de vinho e cogumelo (que, só para constar, não é algo que me agrade). O Daniel achou bem saboroso e que estava no ponto correto. Complementou dizendo que pediria novamente.


Até este momento, embora não tivéssemos provado nenhuma iguaria D-E-L-I-C-I-O-S-A, posso dizer que o jantar estava correndo dentro do esperado. Foi apenas com a entradinha seguinte que as coisas começaram a sair dos eixos.
O cardápio tem uma descrição bem poética dos pratos, o que faz, inevitavelmente, o cliente fantasiar que sabores e texturas eles apresentarão.
A terceira e última entrada foi “Siri ao Béchamel”, descrita como siri com molho Béchamel gratinado. Com essas palavras, imaginei algo cremoso e suculento. Entretanto, tratava-se de uma casquinha normal de siri, temperado com azeite de oliva. Não era ruim, mas eu esperava molho branco e não óleo. Pelo menos, o siri estava bem desfiado e sem resquícios de casca.


As entradas eram pequenas, mas em tamanho proporcional ao que ainda seria servido.
O primeiro prato principal, conforme informação do garçom, é o carro-chefe da casa: “Crevettes et Truffes aux Formages”, camarões grelhados com trufas de mussarela e manjericão ao molho quatro queijos. O camarão estava bem temperado e grelhado com perfeição. O molho era corpulento e muito saboroso. No entanto, a massa recheada estava completamente insossa, sendo impossível degustá-la sem a companhia de bastante molho.


A medida que a noite ia avançando, um misto de desânimo e ansiedade foi invadindo o meu ser. Eu tentava reagir, torcendo para que o próximo passo da degustação fosse “o prato”, a verdadeira surpresa da noite. Mas, infelizmente, isso não aconteceu.
Em seguida, foi servido o “Bacalhau Méditerranée”, bacalhau em lascas, azeite de oliva, vinho branco, champignon, batata palha, azeitonas, salsinha e arroz coberto de castanha de caju. As lascas do bacalhau eram tão inexpressivas que pareciam, na verdade, bacalhau desfiado, dando a impressão de ter se originado das sobras de uma boa posta, e não desta. O sabor era aceitável, no entanto, a apresentação estava um tanto desleixada.


Como último prato principal, provamos o “Médallion à Fraise”, medalhão de filé grelhado com molho de morango reduzido com acento balsâmico e flambando com Cointreau, servido com penne ao molho quatro queijos. A carne estava macia e o molho de morango era gostoso. O penne, todavia, tinha passado, e muitooo, do ponto, ficando desagradavelmente mole. Ademais, ainda que o penne tivesse sido servido no ponto de cozimento certo, eu teria achado, como de fato achei, um acompanhamento duvidoso para o filé, já que os molhos, ao invés de harmonizarem, disputavam a atenção do comensal.


Iniciando a hora mais doce da noite, saboreamos o “Sucrérie du Lait”, que foi apresentado como doce de leite, mas era uma suculenta ambrosia.


Para finalizar, tínhamos três sabores de “Crème Brûlée” a nossa disposição: chocolate, pistache e baunilha. Eu escolhi o tradicional e o Daniel preferiu o de pistache, que foram maçaricados na mesa, pelo garçom.


Como “prêmio de consolação”, a noite serviu para confirmar uma “tese” que eu já havia elaborado há algum tempo: “Em termos de restaurante, não dá para confiar 100% nas avaliações do TripAdvisor! É preciso buscar em sites e blogs especializados a real situação do empreendimento, principalmente, se você é daqueles consumidores mais exigentes.”
Por fim, para não parecer injusta, esclareço que o “La Table D'or Mediterranée” não é um restaurante ruim, tem um atendimento cordial e um ambiente aconchegante, porém, precisa de mais atenção com a elaboração do cardápio e a preparação da comida. Com pequenos ajustes, com certeza, conseguirá oferecer o que se propôs a fazê-lo: ser um restaurante que pratica a alta gastronomia francesa. Afinal de contas, não adianta uma casca (atendimento e salão) lustrosa e sem ranhuras se o miolo (comida) não for doce e sedutor.

INFORMAÇÕES:
La Table D’or Mediterranée
Rua da Carrieri, 525, Lago Negro, Gramado – RS
Tel.: (51) 8151-8191

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