quinta-feira, 17 de julho de 2014

COMENDO EM CÓRDOBA (ARGENTINA) – PARTE 1/2

Quando se planeja uma viagem para Argentina, o comum é incluir Buenos Aires, Bariloche, Ushuaia, El Calafate ou Mendoza. Entretanto, eu e meu marido, com exatamente um fim de semana para desfrutarmos juntos, acabamos escolhendo Córdoba como nosso destino em solo hermano. Vários foram os motivos que pesaram na nossa decisão, mas o que importa, neste momento, é o resultado final: nos deparamos com uma cidade surpreendente.
Segunda maior cidade argentina, Córdoba se revelou pacata e com um certo ar bucólico. O que para nós, um paulista de nascimento e outra paulista por opção, foi muito bom, pois significou desacelerar o ritmo e curtir o momento.
Nomeada, em 2006, como a Capital Americana da Cultura, Córdoba é repleta de obras construídas pelos jesuítas. Há a Manzana Jesuítica (ou Quarteirão Jesuítico), formada pela Igreja da Companhia de Jesus, a Universidade Nacional de Córdoba e o Colégio Nacional de Monserrat, e que foi declarada pela UNESCO, em 2000, como Patrimônio Mundial da Humanidade.
  




Na Praça San Martin, está localizada a belíssima Igreja Catedral, construção que reúne diversos estilos arquitetônicos, como o neoclássico na fachada e o renascentista no interior. Foram três tentativas até conseguirmos encontrá-la aberta ao público, pois, no final de semana em que estávamos na cidade, teve o jogo da Argentina contra a Bélgica nas quartas de final da Copa no sábado e, no domingo, foi aniversário da cidade. Mas valeu a pena a insistência! O interior da Catedral é lindíssimo e transmite uma paz indescritível. Até o meu marido, que está bem no limítrofe entre o catolicismo e o ateísmo (rsrsrs), sentiu uma sensação maravilhosa ao visitar a Igreja.
  



Outra igreja que não pode deixar de ser visitada é a do Sagrado Coração, também conhecida como Igreja dos Padres Capuchinhos, que fica em frente ao complexo cultural Passeio Bom Pastor. Em estilo gótico, colorida, com diversos elementos em sua decoração.




Além de igrejas, parques, museus e shoppings, há, em Córdoba, bons restaurantes. Por mais incrível que pareça, os dois restaurantes com melhor avaliação no TripAdvisor, o "Casa Galan Restoran" e o "San Honorato", embora abram para o almoço durante a semana, no fim de semana, só abrem para o jantar. No site do primeiro, dizia para fazer a reserva através do correio eletrônico ou do telefone informados. Meu marido enviou um e-mail, pedindo inclusive que confirmassem a reserva, o que nunca foi feito. Peguei logo birra e não fomos! Afinal, se eu vou pagar caro, quero um atendimento de primeira do começo ao fim. Escrevemos com antecedência, custava nos responder?
O San Honorato era um pouco mais longe do nosso hotel e, como estávamos dispostos a fazer tudo à pé, ficamos com receio de ir à noite. Os comensais que foram até lá disseram que há uma adega linda e que o proprietário faz tours enquanto a comida é preparada. 
Recomendada pelo aplicativo do guia turístico Frommer’s e com uma unidade no Shopping Nuevocentro, que ficava ao lado do nosso hotel, acabamos decidindo jantar, no sábado, na Trattoria Il Gatto. Chegamos e sentamos num lugar em que o Daniel conseguisse assistir ao jogo da Holanda, não me recordo contra quem, nas quartas de final da Copa. Começamos a olhar o cardápio e ele a reclamar: "Aqui só tem lanche, não tem comida!" (leia-se: pratos de carnes, massas etc., mas só sanduíches). E eu dizia: "Tem que ter comida, no guia dizia que servem comida italiana!". Aí, nós descobrimos que o "Il Gatto" é um café e uma trattoria. No local em que havíamos sentado, funcionava apenas o café. Então, trocamos de lugar.
Abrindo só um parêntesis, essa história me lembrou o Palato do Farol, em Maceió, em que, para comer sushi, o cliente tem que sentar no primeiro setor do salão e, para comer os demais pratos, é preciso se acomodar numa mesa que fique do meio ao fim, como se o salão todo não fosse um restaurante só.
A trattoria é moderna e espaçosa, toda decorada em vermelho. Servem saladas, massas secas e recheadas, pizzas e pratos com carnes, frangos e peixes.
Para beber, pedi uma "Narantillas" (vodka, morangos, laranja, limão e açúcar). Parecia um suco não só na apresentação, mas também no sabor. Doce, com prevalência do gosto da laranja.


De couvert, trouxeram uns pãezinhos quentinhos que lembravam um disco de pizza cortado em várias tiras, com uma massa bem fofinha. Para acompanhar, um patê com base de ricota.
Em todos os restaurantes que fomos, os couverts não foram cobrados, eram cortesia da casa. Em compensação, os estabelecimentos estão cobrando uma taxa de "cubierto", ou seja, só para se sentar, você já irá pagar uma média de 20 pesos por pessoa.


A entrada escolhida foi o "Crostoli Salati", raviólis de massa crocante recheados com queijo mozzarella, tomate seco, presunto cru e rúcula. A massa estava sequinha, sem resquício de óleo, mas o recheio era, na verdade, uma pasta. Não foi uma pedida ruim, mas eu não repetiria a dose.


Na hora do prato principal, fiquei em dúvida entre o "Spaghetti Primavera" e o "Fetuccini Alla Carbonara". Por sugestão do garçom, acabei escolhendo o último, que, apesar de ser uma receita simples, eu adoro. O prato veio um pouco diferente do esperado, com uma espécie de molho branco. Estava bem saboroso, mas poderia ser um pouquinho mais temperado.


No dia seguinte, como o café da manhã não estava incluído na nossa diária e o buffet oferecido pelo hotel não era farto o suficiente para justificar o seu valor, decidimos ir ao café do Il Gatto.
Entramos no shopping pela loja Falabella e acabamos fazendo logo a comprinha de produtos gourmet que narrei no post anterior, pois a loja estava bem tranquila em relação ao dia anterior, já que era o período da manhã. Compra vai e compra vem, o nosso café da manhã acabou se tornando um pequeno almoço.
Escolhi um "Tostado Napolitano", misto quente no pão de fôrma, gratinado com tomate fresco, queijo regional e azeitona e perfumado com orégano. A apresentação era de fazer qualquer um comer com os olhos. O pouco recheio do sanduíche era compensado pela sua cobertura. E o que eu mais gostei foi que azeitona preta não tinha o costumeiro gosto forte de quando é esquentada.
  


Para beber, um clássico argentino: SUBMARINO. Leite quente com um pedaço de chocolate ao leite. Não é uma combinação tão interessante quanto parece. Quis tomar apenas pelo clima da viagem.


Há trattorias e cafés Il Gatto espalhados por Córdoba e Buenos Aires. A comida é boa, preparada com ingredientes frescos e de qualidade, mas não é excepcional.    


Segue a lista com todos os posts sobre Córdoba:

Confira também os posts sobre Buenos Aires:
   

2 comentários:

  1. Olá!! Adorei suas informações, vou para Cordoba em 1 semana!! Posta a parte 2 por favor =)

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    1. Oie, Camila! Fico feliz por você ter gostado do post! ;o)
      Córdoba é uma cidade deliciosa e, se você tiver pique, conseguirá conhecê-la à pé, sem precisar pegar táxi nem nada.
      A parte 2 já está no ar (http://espacogourmetdadri.blogspot.com.br/2014/08/comendo-em-cordoba-argentina-parte-22.html) é o post seguinte.
      Não sei se você viu, mas o post anterior fala de comprinhas gourmet em Córdoba (http://espacogourmetdadri.blogspot.com.br/2014/07/comprinhas-gourmet-em-cordoba-argentina.html).
      Espero que sua viagem seja maravilhosa!!! Se precisa de um help, é só gritar... rsrsrs
      Boa viagem!!!

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